PRR: Presidente da CGD diz que é necessário acelerar entrega de verbas às empresas
“A questão mais importante neste momento é ele [PRR] materializar-se. A quantidade de cash nas empresas ainda é muito, muito diminuta", disse Paulo Macedo.
O presidente da Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD) alertou esta segunda-feira que é necessário acelerar a disponibilização das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) às empresas, para as ajudar a ultrapassar os efeitos da crise.
Em Vila Nova de Famalicão, distrito de Braga, na abertura de mais um encontro Fora da Caixa, Paulo Macedo sublinhou que a “quantidade de cash” que já está nas empresas “ainda é muito, muito diminuta”. “A questão mais importante neste momento é ele [PRR] materializar-se. A quantidade de ‘cash’ nas empresas ainda é muito, muito diminuta, ainda temos toda uma fase de projetos por aprovar”, referiu.
Aludindo aos efeitos da guerra na Ucrânia na economia portuguesa, o presidente da CGD destacou o “fator curioso” de o país apresentar, segundo as últimas projeções do Banco de Portugal, um “crescimento significativo”, ao contrário do que acontece na generalidade da Europa e mundo. “Não se esperava um crescimento tão significativo [em Portugal]”, referiu, dando conta de que esse crescimento deriva do impacto de 2021 e, numa parte significativa, do setor do turismo.
“2022 será um ano positivo para o nosso país”, vaticinou, sublinhando, no entanto, que, face à volatilidade da situação atual, é necessário esperar pelos números do quarto trimestre.
Paulo Macedo disse ainda que o aumento dos preços de muitos produtos essenciais decorrente da guerra vai criar “uma pressão salarial”. “As pessoas têm menos rendimento disponível e, além disso, as pensões para o ano vão aumentar 5%, o que vai criar uma pressão adicional sobre os salários”, explicou.
Em relação às taxas de juro, Macedo disse que, neste momento, estão “historicamente baixas”, mas adiantou que irão inevitavelmente subir. “Resta saber que nível é que vão ter”, disse, explicando que as taxas de juro vão depender da inflação e do crescimento económico.
Para o presidente executivo da Caixa, Portugal continua a ter uma dívida pública “muito significativa”, o que, a juntar à dívida climática, significa “um peso muito grande para as gerações futuras”. “Quando o secretário-geral das Nações Unidas pede desculpa às gerações futuras, eu acho que não é apenas um gesto sem significado. Quando achamos sempre que o Estado deve gastar mais, quando achamos sempre que a nossa parte não é tão significativa na poluição, é de facto um encargo concreto que estamos a passar”, afirmou.
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