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Jogo de palavras faz aumentar subscrições do The New York Times

Rafael Ascensão,

Jonathan Knight, diretor de jogos no NYT, afirma que o jogo Wordle foi jogado mais de duas mil milhões de vezes no último ano, tendo trazido para o jornal milhões de novos utilzadores.

Lançado em 2018, o jogo Wordle – um quebra-cabeças que desafia todos os jogadores a adivinhar a cada dia uma palavra com cinco letras em seis tentativas – tornou-se rapidamente num sucesso. Em janeiro, o The New York Times adquiriu o jogo por mais de um milhão de dólares, uma aposta que parece ter sido acertada face ao aumento do número de subscritores do jornal norte-americano.

Jonathan Knight, diretor de jogos no New York Times, afirma que o popular jogo de palavras foi jogado mais de duas mil milhões de vezes no último ano, tendo trazido para o jornal milhões de novos utilizadores, revela a Digiday.

Segundo a publicação, 10% dos atuais subscritores – num universo total de 9,6 milhões no final de 2022 – está a pagar pelo acesso aos jogos além do acesso às notícias, o que significa que consideram os jogos como uma oferta de valor por parte do jornal.

Estamos a receber cada vez mais novos subscritores que anteriormente adicionaram uma subscrição de jogos e estamos a oferecer-lhes um pacote de ‘acesso total’, o qual nós achamos que é uma melhor opção e que lhes dá acesso a mais produtos com os quais se podem envolver“, explica Jonathan Knight, sobre aquela que é uma aposta da The New York Times Company em pacotes mais lucrativos que proporcionam aos subscritores acesso total a todos os títulos da empresa e aos jogos.

É precisamente por esta captação de novos subscritores por intermédio dos jogos do jornal que a compra do Wordle revelou ser bastante importante. O Wordle transformou-se assim no “túnel” para potenciais subscritores, sendo que uma boa parte deles são mais jovens, internacionais e diversificados, afirma a Digiday.

Se um subscritor interagir com notícias e jogos, a possibilidade de este manter a sua subscrição por um período de tempo mais longo é muito maior, disse o diretor de jogos no The New York Times.

“O próximo patamar para nós passa por melhorar esta estratégia e ter uma espécie de meta-jogo que mantenha as pessoas envolvidas por um longo período de tempo e ao mesmo tempo dar-lhes o direito de se gabarem e terem aquela sensação de que estão a melhorar as suas mentes e capacidades com o jogo. Ter essa relação com o utilizador, através de uma conta no New York Times é a base disso”, avançou Knight, que frisou no entanto que os quebra-cabeças com palavras são a prioridade.

Joseph Teasdale, diretor de tecnologia da Enders Analysis, citado pela Digiday, realça que estes jogos são “super baratos”, pelo que o investimento do The New York Times tem um grande retorno no que toca às métricas de subscritores e de receita.

A publicação norte-americana disponibiliza atualmente oito jogos aos subscritores: Sudoku, The Crossword, The Mini Crossword, Spelling Bee, Tiles, Vertex, Letter Boxed, Wordle. A atual subscrição pode ser feita por 3 dólares mensais ou por 25 dólares por ano. Já a subscrição de acesso total encontra-se com uma promoção, de acordo com o site da publicação, por 0,5 euros por semana (quando era 3€) ou 25 euros por ano (quando era 90€).

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