Efacec torna-se a maior operação do Programa de Recapitalização Estratégica do Banco de Fomento
Lista de operações do Programa de Recapitalização Estratégica conta com 20 empresas, mas apenas em oito foram já feitos investimentos. Montantes investidos ascendem a 67,95 milhões de euros.
A compra de 35 milhões de euros em obrigações convertíveis da Efacec catapultou a empresa industrial de Matosinhos para o top das operações mais avultadas financiadas com o Fundo de Recapitalização Estratégica, criado com 1,3 mil milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
A lista de operações conta já com 20 empresas, mas apenas em oito foram já feitos investimentos. Com a operação da Efacec, concluída a 31 de outubro — embora a emissão de obrigações convertíveis tenha sido feita no dia 24, tal como o ECO noticiou — os montantes já investidos sobem para 67,95 milhões de euros. A empresa agora comprada pelo fundo alemão Mutares foi a que recebeu a maior fatia do fundo, contando com as operações que já estão aprovadas, mas em que ainda não houve investimento.
Em causa estão 35 milhões do Fundo de Recapitalização Estratégica, que comparam com os 9,99 milhões de euros investidos na Viagens Abreu e os 9,99 milhões investidos nos moldes do MD Group, de Leiria, ambos feitos ainda no âmbito da janela B do programa.
Mesmo quando se tem em conta o investimento total, ou seja, quando se somam os montantes coinvestidos por privados, que obrigatoriamente têm de ser 30% nesta janela A (na B não eram necessário coinvestidores), a Efacec continua no cimo do pódio. O investimento privado é feito pela própria Efacec e ascende a 15 milhões de euros, o montante que a Mutares injetou na empresa quando a comprou.
Nesta métrica, o segundo maior investimento deste programa será o da Riopele, em que aos 9,97 milhões de euros do FdCR se juntam 4,27 milhões de euros privados, num total de 14,25 milhões euros. Esta operação já foi aprovada, mas ainda não houve investimento efetivo.
Janela A
Janela B
Das nove empresas em que já houve investimentos efetivos apenas três dizem respeito à janela A do programa.
O Programa de Recapitalização Estratégica inicialmente aprovou as candidaturas de 12 empresas (a 30 de junho de 2022) e a 21 de outubro desse ano foram assinados os primeiros contratos. Estes investimentos encaixaram na janela B do programa cujos financiamentos, para reforçar capital e a solvência de empresas viáveis, foram feitos no âmbito do Quadro Temporário de Auxílio Estatal.
Esta fase do programa ficou marcada pela desistência da Pluris de Mário Ferreira do apoio que consumia mais de metade da dotação (40 milhões) destinada a estas empresas – o empresário optou por vender ativos para recapitalizar a empresa devido à pressão mediática em torno da operação. Também a Orbitur (1,95 milhões) desistiu perante a “evolução bastante favorável da sua atividade” nesse verão.
As verbas libertadas transitaram para a janela A, cujos prazos para investimento foram dilatados para 31 de dezembro de 2023, após várias prorrogações que se predem com os atrasos que o programa tem sofrido. Em causa está uma dotação de 200 milhões de euros, um corte para metade face ao inicialmente previsto.
Até agora o Programa de Recapitalização Estratégica tem 116,13 milhões de euros comprometidos, o que sugere que o período de investimento deverá ser novamente prorrogado mediante decisão da entidade gestora, ou seja o Banco de Fomento.
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