CIM Tâmega e Sousa quer atrair tecnológicas estrangeiras e fixar talento

Um dos projetos estratégicos da CIM é a criação do primeiro Centro de Tecnologia e Inovação das Indústrias da Madeira e do Mobiliário do país, em Paços de Ferreira.

A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa quer atrair investimento de tecnológicas estrangeiras e fixar mão-de-obra mais qualificada para elevar a competitividade num território caracterizado por setores económicos mais tradicionais, como a confeção, o mobiliário ou o calçado. Para isso, conta com um trunfo na manga: “Uma maior oferta do solo industrial bem infraestruturado em termos tecnológicos, com serviços partilhados”, assim como a aposta na formação através centros tecnológicos, para revitalizar a economia local, avança Telmo Pinto, primeiro secretário desta CIM, em declarações ao ECO/Local Online.

Entre os 11 municípios que integram esta comunidade intermunicipal, “Baião, Cinfães, Penafiel, Felgueiras e Lousada já estão a ter muita procura de investimento”, adianta Telmo Pinto, vincando que “a oferta de solo industrial no território da CIM ainda é, em termos económicos, mais vantajosa do que nas grandes cidades”. Por isso, sustenta, “uma das prioridades [ao abrigo do Portugal 2030] é ter áreas muito diferenciadas no território, com espaços muito amplos para atrair empresas internacionais e tecnológicas”. Mas também “é necessária mão-de-obra qualificada” e dar competências à existente, sublinha.

Baião, Cinfães, Penafiel, Felgueiras e Lousada já estão a ter muita procura de investimento.

Telmo Pinto

Primeiro secretário da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa

Num território com cerca de 410 mil habitantes distribuídos por 11 municípios, a CIM Tâmega e Sousa está, assim, apostada na formação e requalificação das competências da população ativa, maioritariamente no setor secundário. “É preciso valorizar estas áreas que são muito estratégicas para o país e para região, como o imobiliário, o têxtil, o calçado e a metalomecânica“, nota. O grande desafio, destaca, “é integrar quadros qualificados nessas mesmas empresas para termos níveis de competitividade mais elevados“.

A solução passa por apostar em centros tecnológicos de excelência, como é o caso do futuro Centro de Formação do Tâmega e Sousa que vai nascer em 2024, em Lousada, e que vai dar formação a 400 formandos. Ou o primeiro Centro de Tecnologia e Inovação das Indústrias da Madeira e do Mobiliário do país, na cidade de Paços de Ferreira, conhecida como Capital do Móvel, num investimento na ordem dos 5,2 milhões de euros, a concretizar até ao final de 2024, ao abrigo do PT2030.

Em declarações ao ECO/Local Online, o presidente do Conselho Intermunicipal da CIM, Pedro Machado, qualifica de “estratégica” a criação deste centro, tendo em conta “os desafios que se impõem em matéria de competitividade, num contexto fortemente concorrencial”.

Este centro de tecnologia e inovação setorial vai dedicar-se à produção, difusão e transmissão de conhecimento, e será orientado para a competitividade das empresas e para a criação de valor económico. Será constituída uma associação, que terá como sócios-fundadores a CIM do Tâmega e Sousa, e os município de Paços de Ferreira e Paredes, a Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal. Assim como a Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins, a Associação Empresarial de Paços de Ferreira, a Associação de Empresas de Paredes, e a Moveltex – Centro de Competências e de Incubação de Empresas. Entre os associados estão também os institutos politécnicos do Porto e de Viseu, assim como as universidades de Aveiro, do Minho e do Porto.

Este centro funcionará em complementaridade com a Academia Profissional de Paços de Ferreira, um outro projeto estratégico desta CIM, potenciando ganhos de escala e sinergias entre as duas entidades. Este é um dos 25 projetos “estruturantes para este território e para a sua estratégia de desenvolvimento para o período correspondente à execução dos fundos do PT2030”, frisa Pedro Machado.

O Tâmega e Sousa é a segunda sub-região (NUT III) do país com maior concentração de empresas de fabrico de mobiliário e colchões, apenas superada pela Área Metropolitana do Porto (AMP).

“Marco de Canaveses também tem um projeto ambicioso com o Instituto Politécnico do Porto para acolher Ensino Superior virado para as tecnologias; o que vai contribuir para uma maior produtividade da nossa indústria através da qualificação e aposta tecnológica”, acrescenta, por sua vez, Telmo Pinto. O primeiro secretário da CIM realça o facto de a “CIM Tâmega e Sousa ser das comunidades intermunicipais com mais verbas contratualizadas” no âmbito do próximo quadro comunitário – cerca de 187 milhões de euros, mais 72% do que os 108 milhões do PT2020.

A CIM do Tâmega e Sousa é constituída pelos municípios de Amarante, Baião, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Cinfães, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Paços de Ferreira, Penafiel e Resende.

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