Barras de ouro do Banco de Portugal valorizam 9,3% para 23 mil milhões de euros
Banco de Portugal não alterou a quantidade de onças de ouro nos seus cofres, mas a mais-valia potencial aumentou em 1.989 milhões de euros por conta da valorização do preço do ouro no mercado.
No meio de um ano financeiramente desafiador, o Banco de Portugal encontrou uma nota positiva nas suas reservas de ouro. De acordo com o Relatório do Conselho de Administração de 2023, apresentado esta quinta-feira, as reservas de ouro da instituição liderada por Mário Centeno registaram uma reavaliação em alta de 11%, subindo para 19.940 milhões de euros face aos 17.951 milhões de euros registados em 2022, que coloca do stock de ouro do Banco de Portugal nos 22.978 milhões de euros.
Esta valorização significativa de 1.989 milhões de euros é atribuída ao aumento do preço do ouro em euros, justifica o Banco de Portugal no relatório, sublinhando que “a quantidade de ouro detida pelo Banco não se alterou (382,6 toneladas), mas valorizou-se 9,3%.” Todavia, nota que “em 2023, o Banco de Portugal continuou a efetuar aplicações em ouro, que se traduziam, essencialmente, em swaps de ouro por moeda estrangeira e por euros, registados contabilisticamente como empréstimos colateralizados.”
Num ano marcado por um resultado antes de provisões e impostos (RAPI) negativo de 1.054 milhões de euros, a reavaliação das reservas de ouro proporcionou um alívio bem-vindo ao Banco de Portugal. Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, sublinha a importância desta valorização no relatório, destacando que “a gestão prudente e rigorosa” da instituição permitiu mitigar parte dos impactos negativos decorrentes das políticas monetárias restritivas e da redução da margem de juros.
As reservas de ouro do Banco de Portugal desempenham um papel crucial no fortalecimento do balanço patrimonial do banco central português. Em 2023, o aumento do preço do ouro no mercado internacional refletiu-se diretamente na valorização das reservas do banco central português.
Este fenómeno não só melhorou a posição financeira do Banco de Portugal, como também demonstrou a relevância de manter ativos em ouro como forma de proteção contra volatilidades económicas. As reservas de ouro representam 57,7% dos ativos de investimento próprio do Banco de Portugal, que registaram um “acréscimo de 8,6% em relação ao final de 2022”, nota a entidade liderada por Centeno.
O Banco de Portugal refere ainda que “os ativos da carteira de negociação aumentaram 2,8% em relação a 2022, devido aos resultados obtidos ao longo do ano, particularmente nos ativos denominados em euros.” A 31 de dezembro, os ativos denominados em euros representavam 77,1% do valor total desta carteira.
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