Acionista que controla Global Media investiu 10,2 milhões de euros no grupo, diz comissão executiva
Desde junho até agora, o WOF já investiu cerca de 10,2 milhões de euros no Global Media Group, refere a comissão executiva, que continua sem clarificar quem é o acionista por detrás do fundo.
O World Opportunity Fund (WOF) já investiu 10,2 milhões de euros no Global Media Group (GMG) desde junho, refere a comissão executiva da Global Media numa nota enviada esta terça-feira.
“É totalmente falso, e apenas por desconhecimento, ou má-fé, é que se pode afirmar tal falsidade. Desde junho até ao momento, o WOF já investiu cerca de 10,2 milhões de euros no GMG”, refere-se numa nota, em esquema de “pergunta e resposta”, de forma a responder às afirmações de que o fundo ainda não tenha feito qualquer investimento no grupo.
Segundo se lê na nota, “apesar da difícil situação financeira em que vive o grupo, os restantes acionistas recusaram-se expressamente, já por duas vezes, fazer qualquer aporte financeiro ao grupo“, aponta a comissão executiva que diz ter entrado em funções no dia 15 de setembro deste ano.
Segundo explica a comissão, o WOF detém 51% de duas empresas – as Palavras Civilizadas e a Grandes Notícias – onde os acionistas Marco Galinha e António Mendes Ferreira são detentores dos restantes 49%. Estas duas empresas, por sua vez, possuem 50,25 % da Global Media, pelo que “o WOF tem uma participação indireta em redor de 26,0% no GMG”. No entanto, continua sem se saber quem é o acionista por detrás do fundo.
“Além das Páginas Civilizadas e da Grandes Notícias, o capital social do GMG é detido em 29,35% pelo acionista Kevin Ho, e 20,40% pelo acionista José Pedro Soeiro”, acrescenta-se.
Na mesma nota, a comissão presidida por José Paulo Fafe diz estimar encerrar o ano de 2023 com um prejuízo de cerca de 7 milhões de euros, dando a conhecer uma dívida de cerca de 7 milhões e 500 mil euros à Autoridade Tributária e à Segurança Social a qual está “a ser liquidada mensalmente através de um plano de pagamento ao abrigo do RERT (Regime Excecional de Regularização Tributária)” e cuja existência é “responsabilidade total” das anteriores administrações. É ainda referida uma dívida de cerca de cinco milhões a fornecedores.
O plano de restruturação em curso no grupo, que engloba o despedimento de cerca de 200 trabalhadores e “que foi aprovado por todos os acionistas, sem exceção, realce-se, é a única forma deste grupo, há anos ‘órfão’ de uma estratégia e acumulando passivos que têm de ser rapidamente estancados, possa sobreviver”, afirma-se.
“Definitivamente não somos daqueles que preferem viver no conforto da mentira a enfrentar o incómodo da verdade – por muito que essa verdade possa trazer trabalho, dissabores e críticas. É esse o preço que estamos dispostos a pagar para salvar o Global Media Group”, refere a comissão executiva.
“Não estamos neste grupo com qualquer foco em outra coisa que não a sua viabilização e a sobrevivência das suas marcas, e a nossa postura nada tem que ver com os que no passado, aproveitando-se do vasto património que este grupo possuia, dele se serviu para fazer negócios sem retorno efetivo para o Global Media Group“, aponta-se na nota.
Quanto ao atraso no pagamento dos salários de dezembro, a comissão executiva diz lamentar “profundamente o ocorrido, e fizemos tudo para evitá-lo, sendo que, perante a ausência de tesouraria, do incumprimento por parte do Estado português de acordos já estabelecidos, e da incompreensível postura do Banco Atlântico Europa, foram a verdadeira causa para uma situação que esperamos reverter a curto-prazo”.
Referindo-se a números da distribuidora VASP, a comissão executiva diz que o Jornal de Notícias vende em banca uma média de 14.385 exemplares tendo, ao longo do último ano, sofrido uma queda de vendas em banca de cerca de 12,8% (cerca de 2 mil e 200 exemplares diários).
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