Negócios +M

CEO do Global Media Group demite-se após quatro meses em funções

Carla Borges Ferreira,

José Paulo Fafe, desde setembro administrador do GMG, demitiu-se esta quarta-feira. Os salários de janeiro devem ser pagos até dia 7 e podem entrar novos investidores ainda esta semana, sabe o +M.

José Paulo Fafe, desde setembro administrador do Global Media Group demitiu-se esta quarta-feira. “Ao fim de quatro meses de exercício das funções, decidi hoje apresentar a renúncia ao cargo de presidente da comissão executiva do Global Media Group, onde igualmente detinha os pelouros editorial, de expansão e novos produtos”, escreve no comunicado ao qual o +M teve acesso.

Faço-o por considerar estarem esgotadas as condições para exercer essas funções, nomeadamente os pressupostos essenciais, nomeadamente o necessário entendimento entre acionistas, para levar a cabo a reestruturação editorial que há muito este grupo necessita, único caminho possível para o reposicionamento dos seus principais títulos e marcas, condição indispensável para o seu crescimento e expansão“, justifica o gestor demissionário.

Na carta de despedida, dirigida aos trabalhadores do grupo dono do Jornal de Notícias, Diário de Notícias, TSF ou O Jogo, José Paulo Fafe deixa “uma última nota”. “O rigor e a qualidade do Jornalismo não se defende com meras frases de efeito, slogans gastos, ou escondendo factos e realidades indesmentíveis. Constrói-se com projeto, com propósito, e fundamentalmente com a coragem que falta aos que, preferindo refugiar-se no passado que lhe esconde as fraquezas, se recusam, muitas vezes por inépcia e incompetência, a fazer o futuro.

José Paulo Fafe antecipa-se assim à assembleia-geral, de 19 de fevereiro, pedida por José Pedro Soeiro e Kevin Ho e que tem como principais pontos, tal como avançou o +M, destituir o conselho de administração e fazer um aumento de capital de cinco milhões de euros.

O representante do World Opportunity Fund (WOF), que ainda controla o grupo, também não aguardou pela decisão da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), que através da aplicação do artigo 14ª da Lei da Transparência pode inibir os direitos de voto e patrimoniais do fundo que tem uma posição maioritária na Páginas Civilizadas, também de Marco Galinha.

A gestão executiva do grupo, recorde-se, estava desde o dia 18 de janeiro reduzida a José Paulo Fafe e a Marco Galinha, chairman do grupo, após as demissões dos administradores Paulo Lima de Carvalho e Filipe Nascimento.

Entretanto, apurou o +M, Marco Galinha já terá estado esta terça-feira reunido com delegados sindicais do grupo. Sobre os ordenados de janeiro, o dono do grupo Bel terá afirmado “acreditar” que serão pagos até dia 7. O objetivo será também pagar o subsídio de Natal de uma só vez, “assim que entrar dinheiro dos novos investidores“, o que poderá acontecer ainda esta semana.

O chairman do Global Media Group terá confirmado a existência de “vários interessados” em ativos do grupo, com a TSF a encabeçar o número de propostas de compra. De acordo com informação obtida pelo +M, terá sido transmitido que a rádio podia ser vendida à parte, embora o objetivo dos acionistas minoritários seja manter uma participação em cada um dos projetos.

 

(notícia atualizada às 19h30)

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