Promotores de Santarém mantêm aeroporto apesar da oposição da Força Aérea
A Magellan 500 mantém o objetivo de criar um aeroporto na cidade ribatejana, apesar da indisponibilidade da Força Aérea para libertar o espaço aéreo.
A Força Área respondeu ao Governo que não é possível mudar as operações na Base Aérea de Monte Real, de forma a libertar espaço aéreo para o crescimento de um aeroporto em Santarém. Apesar desta contrariedade, os promotores do projeto garantem que não atiram a toalha ao chão.
“A Magellan 500 mantém o objetivo de prossecução do projeto de criação de um novo
aeroporto que responda rapidamente às necessidades de mobilidade aérea do país,
designadamente na região de Santarém“, lê-se num comunicado divulgado pela Magellan 500 esta sexta-feira.
O Expresso noticia na edição de hoje que o primeiro-ministro António Costa fez, a 18 de janeiro, um apelo direto à Força Aérea para que verificasse se seria viável “a operação na Base Aérea de Monte Real ser transferida para uma localização que não interfira” com as opções estratégicas avaliadas pela Comissão Técnica Independente (CTI), nomeadamente Santarém.
O chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general João Cartaxo Alves, respondeu no dia 12 deste mês, um dia depois da CTI ter entregue o relatório final ao Governo, mostrando-se indisponível para uma transferência das operações. “(A Base Aérea nº 5) é uma infraestrutura militar única, insubstituível, de valor intangível e imprescindível para a garantia da soberania nacional”, diz o ofício a que o Expresso teve acesso, acrescentando que Monte Real é uma base da NATO de “importância estratégica para a Aliança Atlântica”.
A resposta do general João Cartaxo Alves mantém a mesma linha do ofício que tinha sido enviado também pelo Estado-Maior da Força Aérea à CTI, e que consta do relatório final.
A versão final do relatório da Avaliação Ambiental Estratégica para o reforço da capacidade aeroportuária na região de Lisboa admite a possibilidade de uma nova infraestrutura em Santarém para servir a capital, mas apenas como complementar ao Humberto Delgado, devido às restrições ao tráfego aéreo impostas pela proximidade da base aérea de Monte Real. O que impede que venha a evoluir para um hub intercontinental, a solução preconizada pela CTI.
“Esta possibilidade de concretização de um aeroporto na Região de Santarém, acaba de ser reconhecida como viável no Relatório da Comissão Técnica Independente relativo à análise estratégica e multidisciplinar do aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa”, assinalam os promotores no comunicado divulgado esta sexta-feira.
Apesar dos entraves, a Magellan 500 propõe-se a “trabalhar com o próximo Governo de Portugal, bem como com as entidades competentes – incluindo a ANAC, NAV, Força Aérea Portuguesa e restantes entidades nacionais, regionais e locais – na sua concretização, incluindo a resolução dos aspetos técnicos comuns a qualquer projeto de aeroporto”.
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