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ERC apresenta propostas para definição de nova estratégia de apoio à comunicação social

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O documento com as recomendações do regulador já foi enviado ao presidente da Assembleia da República e ao ministro dos Assuntos Parlamentares.

A avaliação dos apoios e incentivos já existentes (em particular o sistema de apoio direto), a previsão de “mecanismos de avaliação ex post” dos apoios ou a opção por mecanismos de apoio que “garantam previsibilidade, com periodicidade plurianual” são algumas das recomendações que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) remeteu ao presidente da Assembleia da República e ao ministro dos Assuntos Parlamentares para a definição de uma estratégia estatal de apoio à comunicação social.

Segundo o regulador, a sua reflexão “tem presente as várias vulnerabilidades e os fatores de risco que afetam a comunicação social e geram preocupação quanto ao seu funcionamento, transparência e sustentabilidade e oferece um conjunto de recomendações relativas à identificação de objetivos, modalidades de apoio e critérios de distribuição, sempre atenta a salvaguarda da independência editorial dos meios”, refere-se em nota de imprensa.

 

De uma forma geral, e sobre este tema, a ERC recomenda:

  • Que a nova estratégia de apoio à comunicação social “deve ser multidimensional com três finalidades: permitir às empresas recuperarem da crise estrutural, evidenciada de modo mais extremo com a crise pandémica; permitir a criação de condições de sustentabilidade, transitando de um regime de recuperação para um regime de resistência à crise; e por fim, assegurar que são garantidas as funções sociais e políticas da informação que o natural funcionamento do mercado não protege necessariamente”.
  • Avaliar os apoios e incentivos já existentes, em particular o sistema de apoio direto – o regime de incentivos do Estado à comunicação social, sendo relevante refletir sobre as competências nesta matéria que foram atribuídas às CCDR na revisão de 2015 – e do principal apoio indireto, o incentivo à leitura de publicações periódicas (antigo porte pago)”.
  • Que “na definição de novos apoios, bem como no reforço dos montantes de apoios já existentes, importará ter presente que os principais riscos para o pluralismo dos media, em Portugal, se fazem sentir em duas dimensões, pluralismo de mercado e inclusão social“.
  • Que uma “redefinição da estratégia pública para a comunicação social deverá prever mecanismos de avaliação ex post dos apoios, para permitir avaliações periódicas dos efeitos e eficácia das medidas adotadas”.
  • Que “o debate sobre a redefinição do sistema de apoios à comunicação social deve contar com o envolvimento de todos os atores do setor“.
  • “Caso sejam adotadas medidas que possam favorecer os maiores atores de mercado e, assim, contribuir para o reforço da concentração, elas deverão ser complementadas por medidas tendentes a reforçar o pluralismo e a diversidade da informação“.
  • “Sempre que possível, recomenda-se a opção por mecanismos de apoio que garantam previsibilidade, com periodicidade plurianual, de modo a facilitar às empresas o planeamento da sua atividade e o desenvolvimento de planos de negócio”.
  • “Dever-se-á optar por critérios de elegibilidade que introduzam a menor discricionariedade possível na decisão de atribuição de apoios e mecanismos de maior salvaguarda da independência editorial”.
  • “Considerando a forma desigual como os organismos responsáveis pela gestão dos incentivos diretos divulgam a informação, será recomendável harmonizar os instrumentos e obrigações de reporte, para garantir maior transparência no funcionamento destes apoios“.

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