Diretor criativo da Milford, Nuno Duarte, vence Prémio LeYa
Nuno Duarte trabalha no ramo da publicidade há cerca de 30 anos. A sua obra tem como pano de fundo a construção da primeira ponte sobre o Tejo, em Lisboa, e dá “um retrato do Portugal dos anos 1960".
Nuno Duarte, sócio, co-fundador e diretor criativo da Milford, venceu esta quarta-feira o Prémio LeYa, no valor de 50 mil euros, com o romance “Pés de Barro”.
Dos 1.123 candidatos de 15 países – que fizeram desta edição a mais concorrida de sempre -, foram selecionados oito finalistas, tendo saído vencedor “Pés de Barro”, ao qual o presidente do júri, Manuel Alegre, se referiu como “uma obra que atualiza a tradição do romance político-social”.
O romance de Nuno Duarte tem como pano de fundo a construção da primeira ponte sobre o Tejo, em Lisboa, e dá “um retrato do Portugal dos anos 1960″.
“Por um lado, a formação de um exército proletário para a construção da ponte, por outro, as primeiras partidas do exército para a guerra colonial”, disse Manuel Alegre.
“‘Pés de Barro’ polariza o seu realismo histórico no quotidiano de um pátio em Alcântara e nas razões de viver dos que nele se acolhem”, disse Manuel Alegre, realçando que o romance “encaminha-se para o anúncio metafórico do 25 de Abril”.
Nuno Miguel Silva Duarte, de 52 anos, nasceu em Sintra, no distrito de Lisboa, e trabalha no ramo da publicidade há cerca de 30 anos.
O júri do Prémio Leya foi presidido pelo escritor Manuel Alegre, tendo ainda sido constituído pelo professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra José Carlos Seabra Pereira, pela jornalista e crítica literária Isabel Lucas, pelo ex-reitor da Universidade Politécnica de Maputo Loureço do Rosário, pela poetisa e historiadora angolana Ana Paula Tavares e pela jornalista e historiadora brasileira Josélia Aguiar.
Dos 1.123 originais recebidos, o maior número veio do Brasil (708), seguindo-se Portugal (350) e, em terceiro, Moçambique (19).
O Prémio Leya foi criado em 2008 com o objetivo de distinguir um romance inédito escrito em português, sendo o prémio literário com o maior valor pecuniário para romances inéditos em língua portuguesa.
No ano passado, o vencedor foi o escritor brasileiro Victor Vidal, com a obra “Não há pássaros aqui”. O primeiro vencedor, em 2008, foi o brasileiro Murilo Carvalho com “O Rastro do Jaguar”.
Portugal com sete escritores distinguidos, é o país mais galardoado, seguindo-se o Brasil com quatro e Moçambique com um. Em três edições, o prémio não foi atribuído, em 2015, 2019 e 2020.
A portuguesa Gabriela Ruivo Trindade é a única mulher distinguida até à atual edição. O romance “Uma Outra Voz” valeu a Ruivo Trindade o Prémio Leya em 2019.
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