Das vinhas velhas para a primeira garrafa de vinho com rótulo em burel
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Das vinhas velhas para a primeira garrafa de vinho com rótulo em burel

Susana Pinheiro,

Das vinhas velhas nasce um blend branco feito a seis mãos -- Carlos Raposo, Sara Matos e Ana Sofia Oliveira --, de edição limitada, em garrafas com rótulo feito de burel.

O enólogo Carlos Raposo e as mentoras da Defio, Ana Sofia Oliveira e Sara Matos.11 junho, 2025

Proveniente de uma vinha com mais de 70 anos, situada na sub-região de Terras de Senhorim, na região do Dão, o vinho “Defio x Carlos Raposo Branco Vinhas Velhas” é apresentado — surpreenda-se — numa garrafa com um rótulo feito de burel, que os mentores do projeto garantem ser a primeira no país manufaturada a partir deste tecido.

O rótulo da garrafa, uma espécie de roseta, do vinho “Defio x Carlos Raposo Branco Vinhas Velhas” foi feito à mão com tecido burel, criado a partir da lã de ovelhas de raças autóctones da Serra da Estrela, “com um design personalizado pensado pela empresa portuguesa de design Burel Factory”, começa por descrever Ana Sofia Oliveira que, juntamente com Sara Matos, criou em 2000 a marca independente de vinhos portugueses Defio. E que significa “desafio” em Esperanto. Neste propriamente dito, as empresárias contam com a mestria do enólogo Carlos Raposo, que “produz vinhos puros, autênticos, precisos e únicos que querem mostrar o melhor que se faz em Portugal”, sublinham.

Feito a seis mãos, por assim dizer (Carlos Raposo, Sara Matos e Ana Sofia Oliveira), o blend “Defio x Carlos Raposo Branco Vinhas Velhas” é um vinho branco, feito a partir de uvas brancas de uma vinha com mais de 70 anos. “Este vinho é um lote de mais de 15 castas brancas portuguesas, vinificadas em conjunto, sem desengace“, detalha Sara Matos.

Foi produzida uma edição limitada de 1.200 garrafas de 0,75 litros, a 47 euros cada uma. Este vinho esteve em fermentação e estagiou numa cuba de betão de 1.000 litros da empresa portuguesa WiseShape, durante oito e quatro meses, respetivamente, sem agitação das borras. “O resultado é um vinho delicado, floral e salino, com uma acidez vibrante e fruta concentrada”, assinala, por sua vez, o enólogo Carlos Raposo.

“O objetivo sempre foi fazermos os vinhos que gostamos com as pessoas que gostamos”, salienta Sara Matos. “Além disso, tínhamos esta visão de pertencer ao movimento Nat’Cool, criado pela Niepoort”, nota.

O primeiro vinho da dupla da Defio foi um Clarete de Baga na Quinta de Baixo, na Bairrada, a que se seguiu o Película Branco na região de Lisboa com Rodrigo Martins dos Vinhos Espera.

“Como gostamos de dar atenção aos detalhes, cada vinho que lançamos exige muito tempo, pelo que o processo tem sido gradual. Mas isto também nos permite desfrutar de cada passo do processo criativo, da adega ao embalamento e à comercialização”, frisa Ana Sofia Oliveira.

Sara Rodrigues Matos trabalhou na região da Bairrada com o conceituado produtor Luís Pato e atualmente gere a sua própria escola de vinhos, em Coimbra, a The Wine House (WSET). Já Ana Sofia Oliveira trabalhou, durante muitos anos, para a Wines of Portugal, promovendo os vinhos portugueses em todo o mundo, e atualmente está à frente da sua própria agência de comunicação e marketing de vinhos The Wine Agency.

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