Sérgio Figueiredo regressa ao jornalismo. ‘Conta Lá’ quer juntar televisão, digital e eventos
Sérgio Figueiredo propõe-se "Contar Portugal" através de um projeto que junta televisão, digital e eventos. Luís Santos e Luís Fernandes, donos da New Anderthal, são os acionistas de referência.
O antigo diretor de informação da TVI, Sérgio Figueiredo, está a preparar o lançamento de um novo projeto de media, para “transformar a forma como se consome media regional, rural e turístico”. Chama-se ‘Conta Lá’ — ainda nome de trabalho –, é um projeto que vai juntar televisão, plataforma OTT com personalização assistida por IA, eventos presenciais e uma rede editorial e tecnológica unificada. “Não é apenas um canal, é uma plataforma feita para aproximar, dar palco e iluminar o que tantas vezes fica fora do radar mediático. Nasce das pessoas. E para as pessoas”, descreve fonte oficial do ‘Conta Lá’ ao ECO/+M.
Sérgio Figueiredo foi diretor do Diário Económico e Jornal de Negócios, diretor de informação da TVI, esteve, depois, a um passo de ser consultor de Fernando Medina nas Finanças, mas acabou por renunciar, e é agora o CEO e promotor do projeto. A este junta-se, como chief operating officer, Maurício Ribeiro, produtor e fundador da MauMauMia, produtora que será responsável pela criação de conteúdos originais para os diferentes canais. “Sérgio Figueiredo e Maurício Portugal Ribeiro lideram o projeto com o objetivo de transformar a forma de criar, distribuir comunicação em Portugal, promovendo conteúdos relevantes e localizados, sustentados por tecnologia emergente”, descreve a mesma fonte.
Os empresários Luís Santos e Luís Fernandes, donos da holding New Anderthal, grupo de consultoria de TI, são dois dos acionistas de referência e entram no Conta Lá através de holdings pessoais. “Está em curso a entrada de novos acionistas, com forte ligação a áreas-chave do projeto como o setor rural e inovação tecnológica. Esta abertura à participação especializada procura reforçar o compromisso do Conta Lá com a coesão territorial, a sustentabilidade do modelo e o impacto real no país”, adiantam ao ECO/+M. O volume de investimento envolvido no lançamento do projeto não foi revelado.
Quanto ao modelo de negócio, a viabilização assenta numa lógica híbrida, combinando parcerias com stakeholders locais, monetização de conteúdos, publicidade segmentada e subscrições. “O projeto foi desenhado com um modelo de negócio sólido, assente em eficiência tecnológica, diversificação de receitas e impacto territorial real. A aposta estratégica com base tecnológica permite escalar a operação com custo marginal reduzido. Produzir com autonomia, segmentar com precisão e distribuir com mais alcance é um modelo inovador e sustentável”, acredita a mesma fonte.

Com uma emissão experimental na Meo, Nos e Vodafone durante quatro dias na Feira Nacional da Agricultura, que decorreu na última semana no Ribatejo, o projeto que quer “Contar Portugal” tem como rostos iniciais Paulo Salvador, Rita Ferro Rodrigues, Marcos Pinto e Luís Varela de Almeida. “A Conta Lá aposta numa equipa clean, descentralizada e altamente tecnológica. Privilegiamos talento especializado, agilidade e ligação com o território”, avança, sem detalhar mais pormenores a mesma fonte.
A data de arranque oficial, que decorrerá ainda este ano, não está fechada. “O calendário de arranque está alinhado com o plano de desenvolvimento da plataforma e com a consolidação das parcerias operacionais. O objetivo é garantir que o lançamento aconteça com a robustez tecnológica, editorial e logística necessária para cumprir a ambição do projeto”, descreve, adiantando que as conversações com as operadoras estão em curso, “com o propósito claro de assegurar uma presença destacada e acessível nas grelhas de televisão”. Esta será “complementada por uma forte distribuição digital”. “O projeto chegará ao público quando estiver pronto para cumprir plenamente a sua missão: dar voz ao país, com escala e qualidade”, resume.
No manifesto inicial, o ‘Conta Lá’ escreve que pretende “transformar a forma como se consome media regional, rural e turístico”. Mas, na prática, de que forma? “Queremos substituir o modelo tradicional — centralizado, massificado e desconectado com o território — por um ecossistema inteligente, personalizado e multicanal, onde cada utilizador tem acesso a conteúdos relevantes para a sua região, os seus interesses e a sua vivência. Através da distribuição simultânea em canais de televisão e plataformas digitais, vamos unir o impacto da TV linear ao potencial das novas comunidades digitais. A nossa proposta é “escrever uma vez e publicar em todo o lado”, com conteúdos adaptados automaticamente a cada canal, dispositivo e contexto de consumo”, pormenoriza nas respostas enviadas por escrito ao ECO/+M.
“Esta transformação é possível impulsionada por inteligência artificial, capaz de personalizar experiências, gerar conteúdos em múltiplos formatos, automatizar metadados e permitir segmentação com base em comportamento real. Se juntarmos a produção local feita em todos os territórios, criamos um modelo escalável, eficiente e comprometido com todo o país. Em vez de um media que “fala para todos da mesma forma”, vamos oferecer uma nova forma de ver Portugal — mais próxima, mais justa e mais envolvente”, prossegue.
Em resumo, “o projeto será a nova voz do país real, uma plataforma para ouvir Portugal por inteiro e dar-lhe palco com inteligência, emoção e impacto. Destina-se a todos os que constroem Portugal — no interior ou na diáspora — e nasce para transformar a forma como comunicamos enquanto nação”, prometem os promotores deste projeto.
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