Venda da SIC e Expresso

Fortuna de Francisco Pinto Balsemão dispara mais de 6 milhões de euros numa manhã

Luís Leitão,

A subida de 84% das ações da Impresa em bolsa esta segunda-feira atirou a posição da Impreger, holding da família Balsemão, que controla 50,3% da dona da SIC e do Expresso, para 20 milhões de euros.

A fortuna de Francisco Pinto Balsemão, fundador do grupo Impresa, disparou esta segunda-feira com a valorização espetacular das ações da empresa na Euronext Lisboa, que chegaram a tocar nos 23,2 cêntimos ao final desta manhã — o valor mais elevado em cerca de três anos, quando a 13 de junho de 2022 negociaram nos 23,3 cêntimos.

Só esta manhã, o património do fundador da dona da SIC e do Expresso aumentou cerca mais de 6,3 milhões de euros, reflexo direto da escalada da cotação dos títulos da Impresa — e como resultado da Impreger deter 50,31% do capital da Impresa através de 84,5 milhões de ações, que por sua vez é detida em 71,4% pela Balseger, a holding da família Balsemão.

Já a riqueza do filho, Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa desde março de 2016, também aumentou, mas em valores mais modestos, em cerca de 267 mil euros, por conta das 2,52 milhões de ações de que é titular.

Com as ações a fecharem na sexta-feira nos 12,6 cêntimos e a atingirem os 23,2 cêntimos durante a sessão desta segunda-feira (já depois da CMVM ter levantado a suspensão das ações), trata-se da maior valorização num só dia na história de mais de 25 anos da Impresa.

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

A sessão em bolsa está também a ser marcada por uma liquidez muito elevada, com mais de 7,9 milhões de ações a trocarem de mãos até às 12h47 – um volume 48 vezes superior à média diária registada no último ano. Significa que, esta manhã, cerca de 9,8% das ações em circulação livre da Impresa (conhecido como free float), trocaram de mãos.

O catalisador desta valorização e procura crescente pelas ações da Impresa são as negociações em curso com o grupo italiano MFE-MediaForEurope, controlado pela família Berlusconi, para a aquisição de uma participação relevante na Impresa.

Apesar da valorização de 84% esta segunda-feira, desde o IPO, realizado a 6 de janeiro de 2000, quando as ações fecharam o primeiro dia de negociação nos 5,7 euros, os títulos da Impresa acumulam uma desvalorização de 96%.

Segundo fontes próximas do processo, o negócio poderá envolver a aquisição de 75% da Impreger, o que significaria uma mudança de controlo acionista e a consequente obrigatoriedade de lançar uma Oferta Pública de Aquisição sobre a totalidade das ações da Impresa.

Apesar da euforia desta manhã, a perspetiva histórica das ações da Impresa conta uma história bem diferente. Os títulos acumulam uma desvalorização de 26% desde julho de 2021, quando atingiram a cotação mais elevada dos últimos cinco anos de 31,5 cêntimos.

Mais impressionante ainda é o colapso de longo prazo: desde o IPO realizado a 6 de janeiro de 2000, quando as ações fecharam o primeiro dia de negociação nos 5,7 euros, a desvalorização atinge os 96%. Da capitalização inicial de 745 milhões de euros em 2000, restam hoje apenas cerca de 32 milhões após a valorização desta segunda-feira. A empresa não integra o PSI-20 e cerca de 95% do volume de negociação concentra-se no mercado nacional, evidenciando o caráter eminentemente doméstico do investimento.

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