É o tempo das marcas deixarem a sua verdadeira marca

  • João Guerra
  • 11 Abril 2025

O futuro pertence àqueles que acreditam na construção de um mundo melhor e que, estão dispostos a lutar por esse futuro, com ações consistentes e comprometidas. O tempo das marcas é agora.

Ser o “rufia do recreio” pode funcionar durante algum tempo, mas eventualmente chega ao fim. A força bruta e a intimidação podem gerar resultados imediatos, mas, a longo prazo, ninguém quer estar ao lado do rufia. As alianças desgastam-se, a resistência cresce e, no final, o próprio rufia acaba isolado. A história está cheia de exemplos que o confirmam. Destruir é fácil, mas construir relações sólidas e sustentáveis dá trabalho. Contudo, são essas relações que prevalecem.

Nos tempos desafiantes que estamos a viver, em que a pressão aumenta, é precisamente nesse momento que as máscaras caem. É quando conseguimos distinguir quem está verdadeiramente comprometido com as questões, porque sabe que os seus propósitos são legítimos, de quem está apenas por conveniência. As marcas e os líderes responsáveis têm uma responsabilidade crescente na sociedade, que vai além da gestão de recursos e da criação de lucros. Têm de envolver múltiplos stakeholders e promover mudanças sustentáveis, sempre orientados por um propósito claro.

O estudo da PwC, intitulado “Sobre a sustentabilidade, os consumidores já decidiram”, publicado em junho de 2023, revela que os consumidores estão cada vez mais dispostos a pagar um prémio por produtos sustentáveis. O estudo mostra que quatro em cada cinco consumidores estão dispostos a pagar até 5% a mais por produtos produzidos de forma sustentável. O estudo também destaca que os consumidores mais jovens, especialmente da geração Z e os millennials, mostram uma maior disposição para aceitar um prémio por produtos com critérios de sustentabilidade.

Além disso, um artigo da McKinsey, “Help Your Employees Find Purpose—or Watch Them Leave”, explora a crescente importância do propósito no ambiente de trabalho. O estudo sublinha que os colaboradores não querem apenas um emprego, mas uma ocupação que se alinhe com os seus valores e com um propósito que vá além do simples rendimento financeiro.

Estes dois estudos revelam uma tendência clara: existe uma procura crescente por produtos sustentáveis e uma maior valorização de empresas que se comprometem com uma sociedade mais justa e equilibrada. No entanto, se as evidências são tão claras, se os dados e as tendências apontam para esta direção, então porque será que, quando surge o “rufia do recreio”, muitos parecem voltar atrás e abandonar esse compromisso? Afinal, a verdadeira mudança não deve ser condicional, nem influenciada por pressões momentâneas. Ela exige coragem para manter o foco no longo prazo e um compromisso genuíno com o que realmente importa.

Mais do que nunca, é o momento das marcas se comprometerem de forma genuína com valores e propósito. É preciso demonstrá-lo com ações concretas, envolvendo todos os seus stakeholders e contribuindo para um futuro mais justo e equilibrado. As marcas que se vão desenvolver, serão aquelas que, ao invés de seguir o caminho fácil, escolhem ser líderes na transformação da sociedade, guiadas por um propósito maior e autêntico.

O futuro pertence àqueles que acreditam na construção de um mundo melhor e que, estão dispostos a lutar por esse futuro, com ações consistentes e comprometidas. O tempo das marcas é agora.

Eu quero acreditar que estão preparadas para assumir esse desafio.

  • João Guerra
  • Diretor de marketing & comunicação Helexia Portugal

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