Influenciadores virtuais: A revolução digital que está a transformar o marketing

  • Marta Pereira
  • 24 Outubro 2024

Será que o público consegue criar uma ligação emocional com uma entidade digital? Há uma linha ténue entre inovação e a sensação de artificialidade que pode afastar alguns consumidores.

Os influenciadores virtuais são personagens digitais criados por inteligência artificial e gráficos computacionais, com o objetivo de interagir nas redes sociais de forma semelhante aos influenciadores humanos. Estas figuras são geridas por equipas de profissionais, que controlam cada detalhe, desde a sua aparência até às suas interações online. Estes perfis estão a ganhar cada vez mais destaque nas redes sociais, e é inegável que trazem novas possibilidades ao marketing digital.

Criadas e geridas por equipas especializadas, oferecem uma grande vantagem para as marcas: um controlo total sobre a mensagem e uma disponibilidade constante, sem as limitações físicas de influenciadores humanos. A sua capacidade de criar conteúdo inovador, sem os obstáculos típicos de deslocações ou cansaço, torna-os particularmente atraentes para campanhas globais.

Exemplos como Lil Miquela e Lu do Magalu mostram o potencial que este tipo de influenciadores pode ter. Com milhões de seguidores e parcerias com marcas de renome como Calvin Klein e Chanel, Lil Miquela consolidou-se como uma das figuras mais influentes neste universo. Lu do Magalu, por sua vez, é um caso de sucesso no Brasil, evoluindo de assistente virtual para uma verdadeira estrela digital. Estes exemplos demonstram que os influenciadores virtuais podem ser consistentes na transmissão de mensagens e ajudam as marcas a evitar o risco associado ao comportamento imprevisível dos humanos.

Contudo, apesar das vantagens, há questões que não podem ser ignoradas. A autenticidade é um dos fatores mais valorizados no marketing de influência, e é aqui que os influenciadores virtuais enfrentam um grande desafio. Será que o público consegue criar uma ligação emocional com uma entidade digital? Há uma linha ténue entre inovação e a sensação de artificialidade que pode afastar alguns consumidores. Para além disso, questões de privacidade e o uso de grandes volumes de dados para personalizar interações levantam preocupações éticas.

Por outro lado, o potencial de anonimato que estas figuras oferecem pode ser uma oportunidade interessante para pessoas que querem partilhar as suas opiniões sem se exporem. O uso de um avatar digital permite que se mantenha a privacidade, enquanto se interage com o público de forma contínua, o que pode abrir portas para uma nova geração de criadores de conteúdo.

Embora em Portugal os influenciadores virtuais ainda não tenham um grande impacto, o avanço tecnológico e a crescente aceitação de conteúdos digitais podem mudar esse cenário. No entanto, o sucesso a longo prazo destas figuras dependerá da sua capacidade de criar uma relação genuína com o público e superar os desafios relacionados à sua credibilidade. Será interessante ver como este fenómeno evolui, especialmente em mercados que, por enquanto, ainda não estão totalmente familiarizados com este conceito.

  • Marta Pereira
  • CEO & founder da Ellephant Comunicação

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