Petróleo dispara com reunião da OPEP à vista
A OPEP poderá reunir-se na próxima semana na Argélia para procurar fechar um corte de produção que permita travar a queda dos preços do petróleo. A matéria-prima ganha mais de 3% em Nova Iorque.
As cotações do petróleo seguem em forte alta nos dois lados do Atlântico. O crude negociado no mercado de Nova Iorque acelera 3,45%, para os 44,94 dólares por barril, enquanto o brent, transacionado na bolsa de Londres, progride 1,74%, para os 46,68 dólares.
Preço do Brent, em dólares
O avanço da matéria-prima acontece depois de a Argélia ter avançado a possibilidade de um encontro informal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) previsto para a próxima semana poder transformar-se numa reunião extraordinária formal para discutir um eventual corte de produção que permita reequilibrar o mercado petrolífero.
Em declarações à rádio pública proferidas ontem, o ministro da energia da Argélia – Noureddine Bouterfa – afirmou que o cartel irá levar a cabo uma reunião informal após o encerramento da conferência do Forum Internacional da Energia na Argélia a 28 de setembro. Dependendo do resultado das discussões que aconteçam até essa ocasião, os ministros da pasta do petróleo dos países membros da OPEP que estarão todos presentes no evento poderão avançar na ocasião para uma reunião extraordinária, explicou Bouterfa.
Segundo o ministro da energia argelino, será necessário um corte de um milhão de barris diários na produção para conseguir estabilizar as cotações do “ouro negro”. “A questão será a que níveis vamos congelar ou reduzir a oferta – precisamos de encontrar um bom compromisso no sentido de não desestabilizar o mercado”, afirmou Bouterfa. “É necessário reduzir pelo menos em um milhão de barris por dia para reequilibrar o mercado. Iremos chegar lá? Estamos a trabalhar para isso”, acrescentou o responsável político.
Analistas não apostam em acordo
Desde a forte valorização em agosto que as cotações do petróleo têm flutuado perante a especulação de que a OPEP e a Rússia cheguem a um acordo que permita estabilizar as cotações da matéria-prima. Enquanto o presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, já afirmou que os membros estão próximos de fechar um compromisso, a generalidade dos analistas consultados pela Bloomberg não estão a apostar nesse cenário.
À exceção de dois, num total de 23, todos os analistas sondados consideram improvável um acordo para a limitação da produção. Um compromisso dessa natureza foi proposto em fevereiro, mas um encontro realizado em abril terminou sem qualquer acordo. “A história sugere que uma ação da OPEP é improvável, mas irão haver conversações e isso irá fazer mexer o mercado”, afirmou Evan Lucas, estratega de mercados da IG, em Melbourne, na Austrália, à Bloomberg.
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