As promoções da Black Friday valem a pena? É preciso é estar atento
Algumas pessoas começam a questionar se vale a pena aproveitar aquilo que podem não ser verdadeiras promoções na Black Friday. A Deco defende que há boas promoções mas que é preciso estar atento.
Os descontos da Black Friday são aproveitados anualmente por milhares de portugueses, que aguardam por esta altura do ano para comprar alguns produtos que já tinham em vista ou outros que se lhes apresentam como uma boa oportunidade de compra.
Em Portugal, 88% dos consumidores procuram aproveitar a Black Friday, que acontece esta sexta-feira, dia 24 de novembro, e, em média, os portugueses tencionam gastar 359 euros, naquele que é um aumento de cerca de 10% em relação ao último ano.
Já segundo outros dados do estudo Blackfriday.pt, realizado pela GFK, o volume de negócio de ecommerce faturado durante a semana da Black Friday em Portugal deve situar-se entre os 120 e os 130 milhões de euros.
No entanto, de acordo com o estudo Black Friday 2022, realizado pelo Portal da Queixa da Consumers Trust, a febre do fenómeno Black Friday pode estar a arrefecer: 77,5% dos consumidores afirmaram que esta iniciativa deixa de fazer sentido, tendo em conta as campanhas promocionais efetuadas ao longo de todo o ano.
O mesmo estudo evidenciou que cerca de 27% dos consumidores vê na Black Friday uma oportunidade para fazer compras de Natal, mas a grande maioria (73,6%) dos inquiridos considera que não.
Para este “arrefecimento” podem estar a contribuir “histórias” de que as marcas inflacionam os preços pouco tempo antes das promoções para cortar nos valores durante este período. Já em 2021, o Portal da Queixa revelava que o número de reclamações aumentaram 70% face ao ano anterior, com as burlas a corresponderem a 29% das denúncias.
Por parte da Deco, a jurista Daniela Trindade refere ao +M/ECO que é possível encontrar boas promoções, “porém estas ações promocionais podem não corresponder a verdadeiras oportunidades de bons negócios (falsos descontos)”. Segundo clarifica a jurista, o preço da promoção “deve corresponder a um desconto sobre o preço mais baixo a que aquele produto foi vendido naquela loja nos últimos trinta dias”.
Embora a Deco não tenha um número efetivo de reclamações, a mesma adianta que são sempre registados contactos relativos às promoções, num mercado onde os consumidores estão atentos e “cada vez mais informados” no que respeita às variações de preço, assim como em relação a outros temas como questões de prazos de trocas ou devoluções ou atrasos na entrega dos bens (no caso de compras online).
A jurista adianta que há oportunidades que valem a pena e outras não, pelo que “o grande objetivo para qualquer consumidor será garantir que não sai prejudicado com as ditas promoções”.
Para ajudar nesta demanda, e a pedido do +M/ECO, a jurista da Deco também lista cinco sugestões para que os consumidores possam aproveitar a Black Friday, fazendo compras sem se sentirem defraudados:
- Comparar antes de comprar e verificar se se está perante uma boa oportunidade de compra
- Conhecer a política de trocas ou devoluções de cada estabelecimento
- Fazer uma lista com o que queremos ou precisamos comprar e evitar o “leve 2 pague 1”, evitando compras por impulso
- Certificar a credibilidade do vendedor profissional/empresa, no caso das compras online, bem como a segurança dos meios de pagamento
- Ler atentamente a informação promocional, analisar dimensões e outras caraterísticas nas embalagens/rótulos dos artigos e confirmar sempre que o valor registado na caixa corresponde ao preço anunciado.
Quanto a expectativas para este ano, e considerando que nos últimos meses foi registado um aumento geral de preços, Daniela Trindade diz que é expectável que os consumidores “procurem efetivas soluções de poupança, e percebam na aquisição que pretendem fazer se existe um desconto efetivo ou não”.
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