Plano de reestruturação da Global Media deve ser apresentado na próxima semana
"Era o que mais faltava, responder a ultimatos", diz ao +M José Paulo Fafe, CEO do grupo. O responsável garante que quando o plano estiver fechado será comunicado a todos os trabalhadores.
A apresentação do plano de reestruturação da Global Media, do qual deve fazer parte um despedimento coletivo que pode abranger cerca de 150 trabalhadores, está a ser apontada para a próxima semana.
Na última sexta-feira, um dia depois de José Paulo Fafe, CEO da Global Media, ter afirmado que o despedimento coletivo na Global Media ainda era só uma das hipóteses em cima da mesa e que a decisão não estava tomada, após plenário de redação, a redação do Jornal de Notícias reiterou que a intenção de avançar para o despedimento coletivo tinha sido comunicada às representantes dos trabalhadores.
Foi então solicitada à administração “o cabal esclarecimento, até ao final da manhã da próxima quarta-feira, dia 29 de novembro, sobre o que pretende efetivamente levar a cabo” e convocado novo plenário para 30 de novembro.
Até amanhã, nada deve ser comunicado. “Era o que mais faltava, responder a ultimatos“, diz José Paulo Fafe ao +M. O CEO do grupo garante que o plano de reestruturação “ainda está a ser estudado” e que “quando estiver fechado será comunicado à totalidade dos trabalhadores”.
Entretanto, em entrevista à Lusa, Marco Galinha, chairman da Global Media, afirmou que a venda da participação do grupo na Lusa “está muito bem encaminhada”. “Os negócios normalmente têm a sua confidencialidade e não nos permite alongar muito”, começa por dizer o gestor, quando questionado sobre o ponto de situação das negociações.
Sobre se existe um prazo para negociar a venda da Lusa, tendo em conta que a Assembleia da República será dissolvida dentro de pouco tempo, o empresário remata: “Eu diria que não vai haver qualquer razão para preocupação, as coisas estão muito bem encaminhadas.”
No início de novembro, no debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2024, Pedro Adão e Silva afirmou que era “do interesse estratégico para o país que a operação se possa concretizar, com duas ou três condicionantes“.
Entre as condições estaria a necessidade de apurar o valor dos capitais próprios da Lusa. Em segundo lugar, essa operação não podia ocorrer sem uma alteração do modelo de governação da agência, garantindo desde logo a participação dos principais clientes da agência, que é o setor [da comunicação social]“, acrescentou Adão e Silva, ministro da Cultura.
O Estado, através da DGTF – Direção-Geral do Tesouro e Finanças, detém 50,15% da Lusa, com a Global Media a ser detentora de 23,36% e a Páginas Civilizadas 22,35%. O fundo suíço Union Capital Group (UCAP Group) controla a maioria (51%) do capital da Páginas Civilizadas, a qual detém 41,5% da GMG.
O +M questionou o Ministério da Cultura sobre uma eventual conclusão do negócio ainda nesta legislatura mas, até ao momento, não obteve resposta.
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