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Global Media avança com despedimento coletivo. Direção do DN despedida

Carla Borges Ferreira,

Grupo de media comunicou internamente um despedimento coletivo. A direção do Diário de Notícias foi despedida, bem como quase todos os jornalistas contratados na administração de José Paulo Fafe.

A Global Media vai avançar para um despedimento coletivo. “O Global Media Group iniciou hoje [terça-feira] o processo de reestruturação de equipas internas, o que nos forçou a um despedimento coletivo fundamentado na complicadíssima situação financeira que resultou da gestão dos últimos meses, cujo impacto foi público”, lê-se numa nota interna a que o +M teve acesso.

A direção do Diário de Notícias, contratada pela administração de José Paulo Fafe e liderada por José Júdice, foi despedida esta terça-feira. As demissões envolvem, sobretudo, pessoas contratadas precisamente pelo ex-CEO do grupo e, de acordo com a lista à qual o +M teve acesso, engloba pelo menos 17 profissionais, entre jornalistas do Diário de Notícias, assessoras e assistentes de marketing.

Bruno Contreiras, atual diretor do Dinheiro Vivo, assume durante três meses a direção do Diário de Notícias, deixando o grupo em julho.

“Estando conscientes de que este processo tem grande impacto nas operações do Diário de Notícias, tudo faremos para minorar as suas consequências. A verdade é que a situação atual era insustentável tanto do ponto de vista financeiro como do ponto de vista da equidade com os profissionais que há muito tempo mantêm viva a chama editorial do Diário de Notícias. Por isso se impunha esta decisão, que visa também lançar um projeto renovado para o DN que será desenvolvido em articulação profunda com a atual redação“, escreve a administração, num comunicado que termina com as assinatura “criar, envolver, inspirar”.

“Isto não é um despedimento coletivo, é um saneamento, é a ‘limpeza’ das pessoas que estavam afetas à anterior administração”, comenta Ana Cáceres Monteiro, subdiretora do DN, que foi despedida por telefone por Vítor Coutinho, o atual presidente da comissão executiva do grupo. Parte das pessoas foram despedidas por email, conta. “Entendo que despeçam a direção. Não entendo que sejam despedidos jornalistas. A redação, mesmo com os jornalistas que entraram na administração de José Paulo Fafe, já era demasiado pequena. Isto é uma guerra de acionistas e nós todos fomos apanhados neste fogo cruzado”, acrescenta.

Em entrevista ao Público, a 5 de fevereiro, Marco Galinha, presidente do Conselho de Administração do Global Media Group, garantia que não seriam feitos cortes na redação do DN. “Acredito seriamente que, com o Diário de Notícias bem organizado, o prejuízo é mínimo, não é relevante. O DN está a perder um milhão de euros, 1,2 [milhões] por ano. Ainda há muitos cortes a fazer, não nos jornalistas mas em termos estruturais“, afirmava na entrevista, na qual admitia “manter um DN a perder entre 500 e 700 mil euros por ano”.

O despedimento coletivo conhecido esta terça-feira antecede a dois dias da greve geral de jornalistas marcada para dia 14. A motivação teve origem, precisamente, na ameaça de despedimento coletivo na Global Media.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h08)

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