“Se perdermos o jornalismo, perdemos a democracia”, alerta Pedro Duarte
Pedro Duarte, ministro com a pasta da comunicação social, defende que a desinformação "só traz mais relevância ao papel do jornalismo". As declarações foram no encontro organizado pelo ECO.
Num contexto em que a informação circula a uma velocidade estonteante e a desinformação está a ganhar cada vez mais terreno, o ministro dos assuntos Parlamentares assegura que “se perdermos o jornalismo, perdermos a democracia”.
“Não conseguimos ter uma democracia sem termos uma comunicação social livre e pluralista. Isso não existe”, garante o governante ao recordar que quando assumiu a pasta da comunicação social há um ano, algo que o intrigou foi “a apatia generalizada sobre uma uma crise profunda que estava a afetar um dos pilares fundamentais da nossa democracia”, disse Pedro Duarte na conferência “O Futuro da Comunicação Social”, organizada pelo ECO, que decorreu esta sexta-feira na Câmara Municipal do Porto.
Não conseguimos ter uma democracia sem termos uma comunicação social livre e pluralista. Isso não existe.
Para o governante, a desinformação — que tem a capacidade de “afogar a sociedade”, que impede “de distinguir o que é verdade e o que não é verdade”, que “manipula” e “condiciona”– “só traz mais relevância ao papel do jornalismo”.
“Vivemos um tempo que é muito desafiante, aquilo que um autor de Hong Kong chamou da era da hipnocracia, porque hoje somos absorvidos por uma torrencial corrente de factos, pseudo factos, mentiras, ilusões, que ao mesmo tempo vão sendo geradas por setores e não conhecemos muitas vezes a sua proveniência, nos manipula do ponto de vista coletivo”, afirma Pedro Duarte.
“Desde a grande geopolítica global até à pequena politica local, nós podemos ser condicionados, hoje em dia com relativa facilidade, sem darmos conta que estamos a ser manipulados“, afirma Pedro Duarte.

O ministro dos assuntos Parlamentares alerta ainda que a “soberania do algoritmo é perigosa para o futuro da humanidade” e que é premente “prevenir os perigos”, caso contrário “não será possível aproveitar o potencial positivo” desta revolução tecnológica.
Referindo que o “jornalismo é uma profissão que está a atravessar desafios muito complexos”, Pedro Duarte apela para que “todos acreditem no jornalismo sério, feito com rigor, com investigação e que foge à superficialidade e à tentação do que é mais simpático de ser vendido, sem perder a essência”.
Para ajudar o setor dos media a “ultrapassar esta tempestade”, o Governo tinha proposto em outubro um plano de 30 medidas de apoio aos media. Já este mês foram aprovadas quatro medidas, entre as quais o Plano Nacional de Literacia Mediática e a oferta de assinaturas digitais de títulos generalistas e económicos para jovens.
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