Marketing

Mais de um terço dos marketeers acreditam que IA ajuda a gerar receitas

+ M,

Apesar do entusiasmo em torno da inteligência artificial, 61% dos profissionais de marketing e vendas dos EUA e Reino Unido ainda não acreditam que a tecnologia ajude a gerar mais receitas.

Numa altura em que a inteligência artificial (IA) se tem afirmado no setor do marketing — e não só — um estudo recente da General Assembly mostra que 39% dos marketeers está confiante ou completamente confiante de que esta tecnologia ajuda no aumento das receitas.

Isto significa também, no entanto, que 61% dos mais de 300 profissionais de marketing e vendas dos EUA e Reino Unido entrevistados não estão confiantes de que a IA ​​tenha a capacidade de aumentar as receitas das suas organizações, sendo que quase metade (46%) também não tem a certeza de que esta melhore a experiência do consumidor.

Numa visão positiva quanto ao impacto da IA no seu trabalho, dois terços (67%) dos inquiridos afirmam que a IA lhes libertou tempo para se focarem em trabalhos mais estratégicos, com mais de metade (56%) a relatar também ganhos de produtividade. A esmagadora maioria (90%) afirma ainda que a IA ajuda a equipa a tomar decisões mais rápidas.

Por outro lado, quase um quarto (22%) dos inquiridos diz que a IA não impactou a sua produtividade, enquanto 18% aponta mesmo que esta gerou mais trabalho, afastando-os de tarefas mais prioritárias.

Sublinhe-se também que, segundo o inquérito, 68% dos profissionais já usam IA no trabalho e mais de metade (51%) usa agentes de IA (sistemas autónomos que podem executar tarefas sem supervisão humana constante).

A utilização desta tecnologia, no entanto, é mais premente entre os profissionais de vendas (75%) do que entre os profissionais de marketing (64%). No caso seu conjunto, a maioria (55%) destes profissionais utiliza IA menos de cinco vezes por dia, mas 15% relata usar esta tecnologia entre 10 a 19 vezes, enquanto 5% recorre a este tipo de ferramentas 20 ou mais vezes por dia.

A utilização da IA prende-se sobretudo com a criação de conteúdo (57%), pesquisa de mercado e análise (49%), operações de vendas (47%), gestão de relacionamento com o cliente (42%) e publicidade (41%). Outras utilizações apontadas passam pela gestão de redes sociais ou planeamento de campanhas.

No entanto, apenas cerca de um em cada cinco (17%) dos inquiridos receberam formação abrangente e específica em IA para o cargo que desempenham, estando os restantes a aprender de forma autónoma.

Esta lacuna na formação em IA parece refletir-se depois na confiança do uso desta tecnologia, uma vez que mais de um terço (35%) dos inquiridos estão apenas um pouco ou nada confiantes com a sua capacidade de utilizar IA nas suas funções. 65% dos inquiridos, no entanto, mostram-se confiantes nesse uso.

Ainda em termos de formação, os profissionais de marketing e vendas mostram também que gostavam de ter acesso a módulos online autodidatas com exemplos específicos do setor (58%), ter atualizações regulares conforme a evolução da IA (57%), ter workshops interativos sobre casos de uso específicos (48%) e frequentar sessões de aprendizagem entre pares com colegas que usam IA com sucesso (45%).

Para muitos profissionais também não é claro se a utilização de IA está alinhada com o entendimento e política da empresa, com 48% a admitir usar ferramentas não aprovadas pela organização a que pertencem.

O acesso às ferramentas de IA mostra-se também inconsistente, sendo que 21% dos inquiridos dependem de plataformas de IA gratuitas e disponíveis ao público, enquanto 21% dizem poder usar as ferramentas que preferirem, sendo que a empresa paga pelas respetivas assinaturas. Já 8% dizem não receber nenhuma orientação sobre o uso da IA.

Por outro lado, apenas 11% são obrigados a usar IA nas suas funções. Já 42% têm permissão para usá-la sem serem incentivados ou desencorajados a fazê-lo, enquanto 38% são incentivados, mas não obrigados.

Sem diretrizes claras, muitos profissionais estão a tomar as próprias decisões sobre quais ferramentas de IA usar, ​​e como. Essa liberdade pode impulsionar a inovação, mas também cria riscos de governança e segurança da marca“, alerta a General Assembly.

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