Bruxelas abre investigação à Google por ‘esconder’ conteúdos jornalísticos na pesquisa

Lusa,

A Comissão Europeia diz ter indícios de que a Google "está a despromover nos resultados de pesquisa os sites e conteúdos de meios de comunicação quando estes incluem conteúdo de parceiros comerciais".

A Comissão Europeia abriu uma investigação à Google por suspeitar que a gigante tecnológica violou a Lei dos Mercados Digitais da União Europeia (UE) ao ‘esconder’ conteúdos de meios de comunicação nos resultados de pesquisa.

“A Comissão Europeia lançou oficialmente um processo para avaliar se a Google aplica condições de acesso justas, razoáveis e não discriminatórias aos sites dos grupos de media aquando da pesquisa – uma obrigação prevista na Lei dos Mercados Digitais”, anunciou Bruxelas, numa informação divulgada esta quinta-feira.

Em concreto, o executivo comunitário diz ter “indícios de que a Google, com base na sua política de abuso de reputação do site, está a despromover nos resultados de pesquisa os sites e conteúdos de meios de comunicação e outros editores quando estes incluem conteúdo de parceiros comerciais“, o que a tecnológica contextualizou com a intenção de combater práticas alegadamente manipuladoras, sem que esta justificação convencesse Bruxelas, que fala em problemas de concorrência.

A Google, no entanto, aponta que a investigação anunciada relativa aos seus “esforços de combate ao spam é equivocada e corre o risco de prejudicar milhões de utilizadores europeus”. “Além disso, a investigação não tem fundamento: um tribunal alemão já rejeitou uma queixa semelhante, decidindo que a nossa política anti-spam era válida, razoável e aplicada de forma consistente”, refere a empresa em comunicado.

“As pessoas acedem ao Google porque querem os melhores e mais relevantes resultados, e não querem perder tempo a filtrar spam. A política do Google contra spam existe por um único motivo: proteger as pessoas de conteúdo enganoso e de baixa qualidade, além de golpes e das táticas obscuras que os promovem”, acrescenta-se.

Segundo a plataforma, a Lei dos Mercados Digitais da União Europeia “já está a tornar as pesquisas menos úteis para as empresas e utilizadores europeus”, sendo que esta “nova e surpreendente investigação corre o risco de recompensar agentes mal-intencionados e degradar a qualidade dos resultados de pesquisa”. “Os usuários europeus merecem mais, e continuaremos a defender as políticas que permitem às pessoas confiar nos resultados que veem nas pesquisas”, conclui.

 

 

Artigo atualizado às 13h10 com a posição da Google

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