As 10 tendências digitais no marketing e comunicação para 2026, segundo a Elife
As redes a transformarem-se em motor de busca, a possibilidade de “clicar e pagar” dentro do chat ou uma maior transparência são algumas das tendências emergentes para 2026, segundo a Elife.
No próximo ano, marcas, consumidores e profissionais de comunicação vão ter de encontrar o ponto de equilíbrio entre o entusiasmo pela inteligência artificial (IA) e a crescente pressão regulatória de Bruxelas.
Neste novo ecossistema, as empresas são desafiadas a inovar sem perder de vista as novas regras europeias e as expectativas de consumidores cada vez mais conscientes e exigentes. Descubra as 10 tendências que vão marcar 2026 nos setores do marketing e da comunicação, segundo a Elife, empresa especializada em inteligência de mercado e relacionamento digital.
As redes transformam-se em motor de busca (e também em loja)
As pessoas têm vindo a pesquisar através das redes sociais. O TikTok, exemplifica a Elife, tornou-se um “verdadeiro motor de pesquisa”, com as pessoas a procurarem “como fazer”, “onde comprar” e a descobrirem produtos diretamente na aplicação, sendo que, em alguns países, o TikTok Shop já permite comprar sem sair do vídeo. “A tendência é para que as marcas criem conteúdos que correspondam a pesquisas efetuadas, encaminhando o utilizador para o ‘check-out’ via mensagem direta”, refere a empresa.
Canais do WhatsApp: o mural público da marca
Outra tendência está relacionada com o facto de os canais do WhatsApp possibilitarem novas valências, como publicidade e opções de subscrição, sendo que clubes, marcas e media já os utilizam para partilhar informações, como horários, resultados, avisos e notícias. “Esta solução permite um grande alcance para promoção de anúncios, comunicados ou mini-inquéritos, com o atendimento a acontecer por mensagem direta quando há resposta do utilizador”, aponta a Elife.
Pagar pelo chat, sem sair da conversa
Segundo a empresa especializada em inteligência de mercado e relacionamento multicanal, vai também “ser possível comprar e pedir reembolsos diretamente na conversa do WhatsApp ou do Instagram”. Em Portugal, o MB Way já é usado por milhões de pessoas e as transferências instantâneas estão a tornar-se o padrão na Europa, sendo que as ferramentas da Meta (dona do WhatsApp e do Instagram) também reduziram os passos entre falar com a marca e concluir a compra. Neste sentido, haverão menos formulários e links, com o caminho no próximo ano a passar por “clicar e pagar” dentro do chat.
Equipas híbridas de humanos e robôs
Os sistemas “multiagente” juntam vários robôs de IA, cada um especializado numa tarefa (como triagem, execução, controlo de qualidade ou retenção) a colaborar entre si e com pessoas. Atendem via WhatsApp, email, voz ou redes sociais e passam o caso para um humano, quando necessário. Isto conduz a “menos tempo de espera e a uma resolução completa, do início ao fim da conversa, libertando as equipas para tarefas de valor acrescentado”, prevê a Elife.
Mais transparência (até por força da lei)
A Lei dos Serviços Digitais (DSA) obriga plataformas e marcas a serem mais claras, como identificar conteúdos sensíveis, mostrar como funciona a publicidade e oferecer opções de recomendação que não dependam do perfil do utilizador. “Na prática, teremos mensagens e anúncios mais claros, políticas visíveis e proteção reforçada para menores”.
Agentes com recibo: tudo fica registado
Os novos sistemas de atendimento de 2025 já não são apenas assistentes, sendo antes robôs que executam tarefas — como consulta de dados, alteração de informações ou agendamento de reembolsos — que deixam registos auditáveis do que fizeram, cumprindo as exigências do AI Act (lei europeia da IA), que entra em vigor em 2026. “Desta forma, vai ser possível aumentar a capacidade do atendimento, sem perder o ‘controlo’ do processo e com as provas de tudo o que foi feito”, explica a Elife.
Medir resultados sem cookies
Com regras de privacidade mais rígidas, “os browsers e as plataformas passam a oferecer formas agregadas de medir anúncios, como a Attribution Reporting API da Google, sem seguir cada utilizador individualmente”, aponta a empresa. Desta forma, a eficácia das campanhas vai passar a ser medida com testes e modelos estatísticos (ex.: “gerou mais visitas/vendas?”) e não com rastreio pessoal.
O poder da voz na comunicação integrada
Por outro lado, as chamadas de voz à API do WhatsApp Business, com transcrição e ligação a centrais de atendimento e CRM (sistemas de gestão de clientes) já são uma realidade, com a chamada a decorrer dentro da mesma conversa e deixar tudo registado.
Fim dos “truques” e acesso ao Livro de Reclamações Eletrónico
As autoridades europeias e portuguesas estão a apertar o controlo dos “dark patterns”: padrões de design enganadores que fazem o utilizador aceitar algo sem perceber. O Livro de Reclamações Eletrónico tem batido recordes, sendo que as marcas “têm de facilitar o caminho oficial de queixa”. “Na prática, pretendem-se fluxos simples, sem armadilhas, e links claros para reclamar ou resolver”, refere a Elife.
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