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Domingos de Andrade escolhido para liderar empresa que vai comprar JN, O Jogo e TSF

Carla Borges Ferreira,

O até setembro diretor da TSF e administrador com o pelouro dos conteúdos será uma figura central na estrutura que vai ser dona do Jornal de Notícias, d'O Jogo e, à partida, da TSF.

Domingos de Andrade é o nome escolhido pelo grupo de empresários que vai comprar o Jornal de Notícias, O Jogo e da TSF para liderar a empresa que vai deter estes títulos, sabe o +M. O cargo ainda não estará completamente fechado, mas o até setembro administrador da Global Media e diretor da TSF será uma figura central na estrutura que vai deter as marcas que serão compradas à Global Media.

Contactado pelo +M, o também ex diretor do Jornal de Notícias não confirma, afirmando apenas que “o processo ainda está em fase embrionária, ainda é cedo”. “Sou jornalista do 5º grupo e redator principal do Jornal de Notícias, é isto”, reforça.

Recorde-se que Domingos de Andrade foi afastado da administração da Global Media e também da direção da TSF em setembro, quando o World Opportuny Fund (WOF) comprou a primeira participação de 38% na Páginas Civilizadas, de Marco Galinha, e indicou os administradores, que entretanto se foram demitindo.

A direção da TSF, recorde-se, foi assumida interinamente por Artur Cassiano em meados de janeiro, após a demissão de Rosália Amorim. As direções do Jornal de Notícias e d’O Jogo, por seu turno, estão demissionárias desde meados de dezembro.

O nome escolhido pelo grupo de empresários representado por Diogo Freitas – que participará na nova sociedade através da OTI Investimentos – tinha sido nomeado responsável editorial de todas as marcas do Global Media Group, e diretor da TSF, em novembro de 2020, quando Marco Galinha assumiu a gestão do grupo.

Domingos de Andrade regressará assim à liderança de todas as títulos que vão ser compradas pela empresa formada por Diogo Freiras, pela Parsoc, pela Iliria e por Jorge Ribeiro. A Parsoc e Iliria, como avançou o +M no último sábado, foram sócias do dono do grupo Bel na Palavras de Prestigio, sociedade com participação na Páginas Civilizadas, que controla o grupo.

Esta terça-feira os empresários finalizaram os termos do memorando de entendimento com os acionistas minoritários do Global Media Group que, em conjunto, detêm 74,45% do grupo dono também do Diário de Notícias, do Açoriano Oriental ou do Dinheiro Vivo, títulos não incluídos na operação.

A TSF, pelo contrário, fará parte dos títulos que saem da esfera da Global Media e passam para a nova empresa. Neste caso, e ao contrário do que acontece com os jornais e revistas, será comprada a empresa, a Rádio Notícias, detida a 100% pela Global Media, e não apenas o título. O valor da compra, no entanto, dependerá ainda da existência ou não de propostas com um montante superior. A serem efetivadas, a estrutura representada por Diogo Freitas terá que aumentar o valor a pagar pela TSF ou, no limite, deixar cair a compra da rádio, sabe o +M.

Tal como o +M já tinha avançado na última semana, o acordo prevê que Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira possam ficam com uma posição de até 30% na nova sociedade. Será também formada uma cooperativa de jornalistas, tal como estava na proposta apresentada no dia 12 de janeiro, a quem será cedida uma participação que pode chegar aos 10%.

Por definir está ainda a saída World Opportuny Fund (WOF) da Páginas Civilizadas. Ao que o +M apurou o fundo terá apresentado uma segunda proposta no final desta semana a Marco Galinha, sendo expectável que a negociação prossiga nos próximos dias. Até ao momento, não foi possível obter uma reação do também dono do grupo Bel que, recorde-se, avançou em janeiro com uma ação de arresto para recuperar a sua participação na Páginas Civilizadas.

Por decidir está também o procedimento aberto pela ERC no dia 8 de janeiro, para a aplicação do artigo 14.ºda Lei da Transparência, o que pode ficar sem efeito caso Marco Galinha consiga recuperar a sua posição na empresa. Para dia 19, recorde-se, está marcada uma assembleia-geral na qual é suposto ser decidido um aumento de capital de cinco milhões de euros.

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