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EDP e Vhils criam exposição subaquática

Rafael Ascensão,

A EDP e o artista Vhils uniram-se para dar uma nova vida a peças de centrais termo-elétricas que a EDP desativou. A exposição irá ser submersa.

Foto: José Pando Lucas

“EDP Art Reef” é o nome da exposição artística que Vhils (Alexandre Farto) criou a partir de peças de três centrais termo-elétricas que a EDP desativou para dar lugar a projetos renováveis, naquela que será a primeira exposição subaquática do território marítimo português, ao largo da costa de Albufeira, e que pretende usar a arte para sensibilizar para a defesa dos oceanos.

O EDP Art Reef, um projeto pioneiro criado por um grande nome da arte contemporânea, é uma homenagem ao passado do setor elétrico e do nosso país, mas é também um compromisso com o futuro de todos nós”, destacou Vera Pinto Pereira, administradora executiva da EDP, citada em comunicado.

O trabalho surgiu no âmbito do compromisso assumido pela EDP de ser “100% verde até 2030 e de deixar de produzir energia a partir de combustíveis fósseis”, pelo que a empresa desafiou Vhils a desenvolver um projeto artístico utilizando peças que no passado ajudaram a produzir eletricidade, conferindo-lhes uma nova vida.

O projeto foi desenvolvido ao longo dos últimos três anos, envolvendo visitas às centrais desmanteladas, a criação do conceito criativo, a escolha dos materiais e a intervenção nos mesmos. Estas peças de grande envergadura, depois de submersas a cerca de 12 metros, serão alteradas ao longo do tempo pela influência dos elementos, sendo que a ideia é que estas possam gerar um novo recife artificial, explica a marca.

A ideia de submergir instalações compostas por peças de centrais termoelétricas desmanteladas no oceano carrega um forte peso metafórico, tanto no que diz respeito à consciencialização sobre a necessidade do uso responsável de recursos, como no sublinhar de questões ambientais que necessitam de respostas urgentes, e que advêm da atividade humana no planeta“, descreve Vhils, conforme em nota de imprensa.

“A transformação destes materiais num ecossistema propício ao crescimento de recifes de coral e ao acolhimento de várias formas de fauna e flora marítima é um exemplo desta abordagem, e espero que este seja o primeiro de muitos passos rumo a um futuro cada vez mais consciente e sustentável”, defende ainda o artista.

Já por parte da EDP, cuja nova instalação artística visa também “confrontar o público com as consequências das ações do Homem, com a crescente instabilidade do meio aquático, os efeitos das alterações climáticas e a importância de reverter o impacto no planeta”, Vera Pinto Pereira, administradora executiva, refere que a empresa acredita que este “é o momento de ficar escrito na pedra que estamos comprometidos com o futuro das próximas gerações”.

Segundo a Direcção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos), a área de implantação da exposição de esculturas é de 1250 m2 e a mesma é constituída por um conjunto de 13 esculturas (8 em ferro e 5 em betão), sendo que a peça mais alta tem uma altura de 5,3 metros.

Tendo em conta a sua profundidade, a exposição subaquática será apenas visitável mediante a prática de mergulho qualificado, sendo que antes de isso acontecer a mesma pode ser visitada gratuitamente até ao dia 15 de abril, na sede da empresa da EDP, em Lisboa.

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