12% dos portugueses cancelaram serviços de streaming em 2022. Em 24% dos casos foi para cortar custos
O estudo revelou ainda que 52% adormecem mais tarde do que o planeado devido ao uso de smartphones e que o utilizam assim que acordam (63%). Metade preferia passar menos tempo ao ecrã.
Em 2022, 12% dos portugueses optaram por cancelar um serviço de streaming. Destes, 24% indicaram que a principal razão foi a necessidade de cortar custos. Entre as pessoas que têm acesso a um serviço de streaming ou outras subscrições pagas, 41% partilha uma conta com alguém fora do seu agregado familiar.
Estas são algumas das conclusões do “Digital Consumer Trends 2022“, um estudo da Deloitte que analisou os hábitos de utilização de produtos e serviços digitais, tendo entrevistado 36 mil consumidores – mil dos quais portugueses – provenientes de 21 países em quatro continentes.
Ainda dentro da área do streaming, em Portugal, 64% das pessoas têm acesso a pelo menos um serviço, sendo que a Netflix continua a liderar a preferência dos portugueses (53%), seguida pela Amazon Prime e Disney+ (16%).
Quanto aos filmes recém-lançados, 40% dos inquiridos disse preferir vê-los no cinema, enquanto 35% prefere a comodidade do lar para assistir aos últimos lançamentos.
No que concerne às tendências sobre gaming, metaverso e criptomoedas, 72% dos portugueses jogam nos seus dispositivos, 43% têm uma assinatura de jogo e 62% utilizam smartphones para jogar. Entre os que jogam, 27% afirmaram ter usado dinheiro ou moeda do jogo para comprar algo nos últimos 12 meses.
No mundo das criptomoedas, 94% dos inquiridos disse já ter ouvido falar do dinheiro virtual, mas cerca de metade (49%) afirmou ser improvável comprar alguma nos próximos 12 meses. Neste campo, 68% mostram-se preocupados com a segurança e 52% com a falta de regulação.
Os NFTs continuam a ser um tema mais desconhecido por parte dos portugueses, mas mesmo assim quase três em cada cinco (58%) já ouviram falar sobre o tema e 39% afirmou saber algo sobre o assunto. O metaverso parece ser um pouco mais desconhecido entre os portugueses, tendo 32% referido que sabe algo sobre o assunto, e uma proporção igual ter assumido que nunca tinha ouvido falar.
No campo dos smartphones, além do preço, os consumidores elegem a capacidade de armazenamento (34%) como a mais importante para decidir qual comprar. No entanto, apenas perto de metade (54%) seria capaz de dizer quanto vale o seu smartphone, probabilidade esta que é maior entre os utilizadores Apple em comparação com os donos de telemóvel Android.
A maioria (88%) opta por comprar um smartphone novo, sendo que um em cada quatro considera que um telemóvel novo terá uma vida útil mais longa do que um renovado. Quanto aos telemóveis alvo de substituição, 45% são guardados e 19% dados a familiares ou amigos. Sete em cada dez concordam que as empresas devem ser obrigadas a compartilhar a pegada de carbono de seus dispositivos.
Metade dos portugueses preferia passar menos tempo em frente ao ecrã
Quanto ao uso dos dispositivos, a esmagadora maioria (94%) das pessoas entre 18 e 65 anos tem acesso a um smartphone, 87% a computador portátil e 64% a auscultadores ou auriculares sem fios, sendo que quatro em cada cinco têm pelo menos um dispositivo conectado.
O estudo revelou ainda que 52% concorda que adormece mais tarde do que o planeado devido ao uso de smartphones e que o usa assim que acorda (63%). Talvez devido a estes dados, metade dos inquiridos disse que gostaria de passar menos tempo em dispositivos, sendo que entre os 18 e os 44 anos é maior a propensão para este sentimento.
Entre os inquiridos, 78% utiliza diariamente as redes sociais ou aplicações de mensagens e 66% lê/vê as notícias, vídeos ou transmissões em direto.
“Estamos a atingir um plateau na utilização dos dispositivos: depois do crescimento acentuado no período da pandemia, a adoção de novos dispositivos abrandou. Poderíamos argumentar que isso se deve ao facto da maioria dos portugueses já terem telemóveis ou acesso a portáteis, mas a verdade é que a sua utilização caiu, a reforçar esta tendência a existência de uma vontade crescente de desligar os dispositivos e passar menos tempo em frente a um ecrã, sobretudo nas gerações mais novas. Não confundir, no entanto, estes dados com o impacto cada vez maior da tecnologia e do mundo virtual nas nossas vidas, e do potencial existente em inovações como o Metaverso ou os NTF’s”, refere Francisco Cal, associate partner da Deloitte, citado em comunicado.
Relativamente à internet 5G, que se encontra disponível em Portugal desde o ano passado, apenas 16% dos consumidores utiliza a tecnologia com regularidade. No entanto, entre estes, 34% admitiu não conseguir distinguir o 5G da anterior rede 4G.
66% dos portugueses que ainda não usufruem do 5G acredita que teriam melhor conectividade se mudassem para o 5G, mas apenas 30% se mostra disposto a mudar de operadora com base nesta cobertura.
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