Sindicato considera que acordo salarial com RTP “é aceitável” mas “não é para celebrar”
Os valores acordados "apenas atenuam uma acentuada perda de poder de compra dos trabalhadores da RTP, causada pela maior taxa de inflação dos últimos 30 anos", defende o sindicato.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual considerou esta terça-feira que o acordo salarial com a RTP para 2023, “apesar de aceitável, não é de forma alguma para celebrar” pois apenas atenua a perda de poder de compra.
Em comunicado, o Sinttav afirma que dirigentes e associados “foram unânimes na apreciação” do acordo celebrado com a RTP, considerando que o mesmo, “apesar de aceitável, não é de forma alguma para celebrar os aumentos das tabelas salariais“.
Segundo o sindicato, os valores acordados, “apesar de serem, sob o ponto de vista nominal os maiores desde há muito tempo, apenas atenuam uma acentuada perda de poder de compra dos trabalhadores da RTP, causada pela maior taxa de inflação dos últimos 30 anos“.
Para 2024, o sindicato vai começar a preparar as principais questões que querem tornar prioritárias na discussão com a administração já em 2023.
Quanto ao seguro de reforma, o Sinttav refere que os montantes acumulados “que resultam do desconto de 3% do salário dos trabalhadores da RTP” ascendem “a mais de 60 milhões de euros que estão a ser geridos pela seguradora Ageas, exigindo “mais transparência na gestão por parte da seguradora e dos responsáveis por este dossier na RTP” e que se inicie a renegociação das condições da apólice.
O sindicato critica ainda “as restrições salariais que têm sido norma na empresa ao longo das últimas décadas” que causaram a “paralisia” da evolução da carreira, exigindo negociar esta questão para o próximo ano.
Entre as reivindicações está ainda a atualização das ajudas de custo para deslocações “o mais rápido possível”, bem como uma análise das “assimetrias geográficas de salários” trabalhador a trabalhador, dos centros regionais dos Açores e da Madeira e centro de produção do Norte que permita identificar casos “de discriminação salarial” bem como a resolução do problema.
Em 15 de maio, a administração da RTP congratulou-se “com o facto de ter sido possível chegar a acordo” com todos os sindicatos relativamente à atualização salarial, permitindo “paz social imprescindível” para que a empresa se concentre “em ultrapassar” os desafios.
Dias antes, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) tinha anunciado que os sindicatos representativos dos trabalhadores da RTP tinham chegado a acordo com a empresa para aumentos salariais diferenciados, entre 30 e 80 euros.
Foi igualmente decidido “atribuir um segundo subsídio de refeição, em valor igual ao do primeiro, aos trabalhadores que prestem 11 ou mais horas de serviço efetivo”, segundo a administração da RTP.
Os aumentos “serão pagos em maio com retroativos a janeiro”, adianta a administração liderada por Nicolau Santos.
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