Global Media avalia despedimento coletivo de 150 trabalhadores
"Equacionamos várias hipóteses, mas não está decidido", afirma o novo CEO do grupo dono do DN, do JN e da TSF, José Paulo Fafe. Em causa podem estar 150 trabalhadores, de um universo de 530.
A Global Media está avaliar a hipótese de avançar para um despedimento coletivo. Em causa podem estar 150 trabalhadores. José Paulo Fafe, formalmente CEO do grupo desde a última semana, confirma ao +M a hipótese do despedimento coletivo, mas garante que a decisão não está tomada.
“Não há decisão nenhuma. Há a necessidade de conter despesas, de aumentar receitas e de racionar os custos. Há várias medidas que podem ser implementadas, estamos a estudá-las”, afirma. “Equacionamos várias hipóteses, mas não está decidido”, reforça o novo CEO do grupo dono do Diário de Notícias, do Jornal de Notícias e da TSF, reafirmando que a hipótese do despedimento coletivo “está em cima da mesa, assim como outras alternativas”.
A possibilidade do despedimento coletivo terá sido avançada esta quinta-feira às delegadas sindicais do Jornal de Noticias. Também esta terça-feira representantes da TSF terão sido informados de que o grupo estaria a numa situação particularmente difícil. Na sequência do encontro no JN, as delegadas sindicais do jornal enviaram um comunicado à redação a partilhar as informações prestadas por José Paulo Fafe. A “intenção de proceder a um despedimento coletivo, para “contrariar uma situação financeira muito complicada”. Ao ECO, José Fafe confirma conversas com representantes tanto do JN como da TSF, mas reforça que “foram aventadas várias soluções, de uma forma teórica“. O despedimento coletivo “é a solução menos desejável, há outras“, frisa o gestor sem concretizar outras alternativas.
Atualmente a Global Media tem cerca de 530 trabalhadores. “Há regras. Se avançássemos para o despedimento coletivo, a primeira coisa que faríamos seria avisar os trabalhadores”, começou por referir José Paulo Fafe.
José Paulo Fafe, até ao final de maio administrador do Tal & Qual, foi indicado para a administração da Global Media pelo WOF (World Opportuny Fund), fundo que começou por entrar com uma participação de 38%, no capital da Páginas Civilizadas, empresa de Marco Galinha, que por sua vez reforçou na altura para 50,25% a sua participação no Global Media Group.
“Sem tibiezas, assumimos que queremos e vamos concretizar um dos mais ambiciosos projetos de crescimento de um grupo Media em Portugal, convictamente independente, plural e com os olhos postos no futuro“, lia-se na nota enviada aos trabalhadores do grupo em setembro, e à qual a Lusa teve acesso. Era também dito que estava a ser traçado um plano estratégico para o grupo e que com esse plano a Global Media pretendia modernizar-se e expandir-se “a todo o espaço de língua portuguesa”.
Já em outubro a ERC informou que o fundo de investimento World Opportunity detinha 51% do capital social da Páginas Civilizadas, a qual controla, diretamente e indiretamente, 50,25% da Global Media e 22,35% da Lusa.
Na sequência da questão colocada pela Lusa sobre a alteração de estrutura de propriedade da Global Media Group (GMG), a Entidade Reguladora para a Comunicação Social informou “que a entidade WorldOpportunityFundLtd, com sede nas Bahamas, registada na Bahamas InternationalSecurity Exchange como fundo de investimento aberto com a abreviatura ‘WOF’, comunicou ao regulador que, por contrato de divisão e cessão de quotas, celebrado em 25 de julho de 2023, adquiriu à sociedade Palavras de Prestígio, Lda, uma quota representativa de 38% do capital social da Páginas Civilizadas, Lda“. Posteriormente, “por contrato de divisão e cessão de quotas, celebrado em 21 de setembro de 2023, apresentado a registo em 05 de outubro, a World Opportunity Fund Ltd adquiriu à sociedade Grupo Bel uma quota representativa de 38% do capital social da Páginas Civilizadas, Lda”, prosseguia a ERC.
Mais recentemente, segundo o jornal Expresso, a ERC estará a analisar a informação prestada pelo fundo que controla a Global Media.
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