Negócios +M

Redação do Dinheiro Vivo avança para suspensão dos contratos de trabalho

Carla Borges Ferreira,

A redação do título de informação económica aguarda a decisão da ERC que pode inibir os direitos do fundo que controla o grupo e "exige" uma clarificação aos acionistas minoritários.

A redação do Dinheiro Vivo aprovou esta segunda-feira, por unanimidade, a suspensão dos contratos de trabalho. A decisão surge “na sequência da total ilegalidade que constitui a falta de pagamento de vencimentos devidos por lei aos trabalhadores”. Por pagar está, neste momento, o ordenado de janeiro e o subsídio de Natal.

Reunida em plenário, a redação do título de economia da Global optou votou assim por seguir a decisão tomada pela redação do Jornal de Notícias e do desportivo O Jogo no dia 18, tomada cerca de duas horas depois de José Paulo Fafe, presidente da comissão executiva e representante do World Opportunity Fund, que controla o grupo, ter anunciado que o fundo tinha travado a transferência para o pagamento de salários até uma decisão da ERC e também da ação de arresto colocada por Marco Galinha.

Os jornalistas decidiram também utilizar o site e o caderno semanal do Dinheiro Vivo como meios de luta, tal como está a fazer a redação do Diário de Notícias.

Na expectativa de uma decisão da ERC esta terça-feira, data em que cumprem os 10 dias desde que foi instaurado o processo que pode levar à inibição dos direitos de propriedade do WOF, a redação do Dinheiro Vivo “sublinha a urgência desta decisão atendendo às atuais condições de trabalho no grupo, cada vez mais degradadas e insustentáveis a curto prazo, repudiando totalmente ser usados como reféns numa guerra de acionistas”.

Os acionistas minoritários são também visados, com a redação a “exigir” a “clarificação das suas posições bem como os processos negociais em que estão envolvidos e se estes implicam a separação dos títulos e das marcas. É imperativo conhecer o futuro, não só do Dinheiro Vivo, mas também dos restantes meios”, afirmam os jornalistas que asseguram os conteúdos económicos do Diário de Notícias e do Jornal de Notícias.

Com uma equipa de apenas dez jornalistas – dos quais um diretor e duas editoras – e perante a impossibilidade de recorrer a colaboradores, vitais para o bom funcionamento e diversidade da publicação, o projeto editorial económico do grupo, a marca Dinheiro Vivo, está em perigo – motivos, aliás, que levaram à demissão do diretor, com o qual a redação se solidariza”, afirma o conselho de redação do título fundado em 2011 com uma redação de 31 jornalistas.

Entretanto, questionada ao início da tarde pelo +M sobre se a decisão seria tomada amanhã, a ERC apenas respondeu que “o procedimento administrativo ainda se encontra em curso”.

(atualizada às 20h10)

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