Negócios +M

Pingo Doce leva “Sabores do Mundo” aos clientes. Área de negócio da comida pronta cresce a dois dígitos

Rafael Ascensão,

O Pingo Doce quer levar os clientes a conhecer os "Sabores do Mundo". Óscar Costa, diretor de meal solutions do Pingo Doce, explica a estratégia e dá a conhecer a área de negócio da comida pronta.

Durante o mês de outubro, os restaurantes do Pingo Doce vão dispor diariamente de um prato diferente, alusivo a um país, desenvolvido nas cozinhas próprias do retalhista. No total, serão 28 os diferentes pratos a serem disponibilizados através da primeira campanha nos restaurantes a nível nacional que pretende “elevar a fasquia” da área de negócio de comida pronta. O +M falou com Óscar Costa, diretor de meal solutions do Pingo Doce, para perceber um pouco melhor a campanha e conhecer a área de negócio da comida pronta da retalhista.

A estratégia de expansão dos restaurantes e de renovação de muitas lojas permitiu à marca “ganhar capilaridade” e aumentar o número dos seus restaurantes, pelo que “chegou o momento de elevarmos a fasquia aqui a outro nível, e começamos por lançar a nossa primeira campanha nos nossos restaurantes a nível nacional“, começa por explicar Óscar Costa.

“Pretendemos com esta campanha mostrar ao cliente que a comida que come efetivamente nos nossos restaurantes, pode encontrá-la também no nosso livre serviço, porque é feita por nós. Ou seja, que temos esta agilidade de desenhar e desenvolver uma receita e colocá-la em livre serviço”, acrescenta.

Óscar Costa, diretor de meal solutions do Pingo Doce.

Segundo adianta Óscar Costa, a campanha vai estar “toda revestida com uma comunicação e uma decoração em que os clientes vão encontrar o prato no restaurante mas também no livre serviço com a mesma mensagem e decoração. O que pretendemos com isto é de facto um link direto o que se consome no restaurante e o que se pode comprar em loja, que é produzido nas cozinhas do Pingo Doce”.

Além disso, e ao mesmo tempo, o Pingo Doce também pretende com esta iniciativa que os clientes tenham “um dia diferente”.

“Não é novidade que os nossos grandes clientes são os clientes do dia-a-dia, que descem do escritório, saem das fábricas e das lojas e vêm ter a sua refeição. Para nós também é importante que eles sintam um dia diferente. E trazer aqui os ‘Sabores do Mundo’ é quase levá-los a viajar e a ter uma experiência diferenciadora“, explica.

Nasi Goreg (da Indonésia), bouef bourgignon (França), borrego com hortelã (Marrocos), goulash (Polónia), frango teriyaki (Japão), tikka masala com couve-flor e tofu (Índia) ou moussaka de legumes (Grécia) são alguns dos pratos disponíveis nesta campanha.

Os restaurantes vão continuar a ter outros pratos, mas em cada dia vão contar com um que é diferente, que está identificado e que tem uma “bandeirinha” e uma comunicação. Pretende-se assim criar “alguma envolvência e em que o cliente diga ‘ai que giro, hoje vou experimentar comer este prato japonês’. Ou seja, conseguir, de facto, que a experiência do cliente seja diferenciadora“, explica Óscar Costa.

Esta é uma iniciativa “in-and-out“, pelo que os pratos específicos e típicos de cada país vão estar disponíveis apenas durante um tempo limitado (mês de outubro). No entanto, a iniciativa vai também ser um “indicador ótimo de perceção“.

“Imaginando que lançamos um prato que não tínhamos, se o feedback do cliente for maravilhoso, nada nos impede de os continuar a ter. Isto não deixa de ser um momento trabalhado para este mês em específico, mas também é uma janela de oportunidade“, diz Óscar Costa.

Em termos de comunicação, a iniciativa vai estar presente no digital e redes sociais, folheto, loja, banners, Glovo, newsletter e mupis. A campanha foi desenvolvida pela BBDO, tendo o planeamento de meios ficado a cargo da Initiative. Recuando a abril, também pela mão da BBDO, foi lançada uma campanha de comunicação da Comida Fresca do Pingo Doce. A mesma contou com Dolores Aveiro enquanto protagonista, sob o mote “A mãe aprova”.

De uma forma geral, a estratégia de comunicação da Comida Fresca do Pingo Doce passa pela inovação ao nível dos produtos. “Como temos as nossas próprias cozinhas e equipas que trabalham em exclusivo para nós, dedicamos muito tempo a estudar o cliente e as tendências de mercado. Esta campanha ‘Sabores do Mundo’ expressa bem essa capacidade de inovação que vai para além dos pratos que oferecemos no dia-a-dia nos nossos restaurantes“, refere Óscar Costa.

Segundo explica, o Pingo Doce controla todo o processo, desde a entrada dos ingredientes nas cozinhas – com controladores de qualidade -, até ao momento em que é entregue o prato à mesa do cliente.

Vamos tentar elencar todo este know-how que temos em casa, os nossos chefs, as nossas cozinhas e a nossa capacidade de inovar. As nossas comidas são cozinhadas como se fossem feias em casa. A única diferença é que são feitas em grande dimensão, numa escala grande, numa cozinha grande. Não trabalhamos com concentrados ou pós. Mas essa é a mensagem mais difícil de passar ao consumidor“, adianta o responsável.

O Pingo Doce conta fechar este ano com 241 restaurantes, onde se incluem mais de 50 que foram abertos este ano com o objetivo de se tornar na maior cadeira de restauração no país, conforme já tinha apontado a CEO da rede de retalho nacional do grupo, Isabel Ferreira Pinto.

A aposta nesta área de negócio surge na sequência da tendência verificada entre as novas gerações, que passa por cozinharem menos e aproveitarem o seu tempo de outra forma, “para se dedicarem mais à família ou ao desporto, por exemplo”, explica Óscar Costa.

“Isto não é uma novidade, é algo já comum aos países desenvolvidos e que também está a acontecer em Portugal. E, portanto, acreditamos que este é um dos pilares que se vai desenvolver. Vão sempre continuar a haver as pessoas que adoram cozinhar, mas acreditamos – e os estudos também nos dizem isso – que a percentagem de pessoas que cozinha em casa é cada vez menor, tem tendência a diminuir“, acrescenta.

Segundo Óscar, o Pingo Doce foi “pioneiro” no lançamento de soluções alimentares, uma vez que foi a primeira cadeia a lançar, em 2006, refeições prontas a levar (take away), tendo depois alargado a sua presença por todo o território nacional. Os primeiros restaurantes abriram portas em 2007.

“Entretanto fomos ganhando experiência, fomos desenvolvendo as nossas cozinhas, e em 2019 decidimos reformular a nossa estratégia”, explica Óscar Costa, referindo-se ao ano em que foi introduzida no mercado a marca Comida Fresca e a partir do qual se tentou uniformizar e comunicar todos os serviços que a marca coloca ao dispor dos seus clientes, seja para comer, levar ou encomendar.

“A partir de 2021, houve uma expansão e reforço da marca e estratégia”, que tem como mensagem-chave a de que as refeições são confecionadas de forma caseira, nas próprias cozinhas do Pingo Doce, pelas mãos de equipas de chefs e cozinheiros da marca. Atualmente, o Pingo Doce dispõe de duas cozinhas próprias, uma em Odivelas e outra em Aveiro.

Faturação a crescer a dois dígitos

Segundo Óscar Costa, a área de negócio de comida pronta do Pingo Doce tem vindo a crescer a dois dígitos desde há três anos consecutivos, tendência que se vai manter este ano.

Fruto deste crescimento, a faturação deste ano, neste momento, ainda não ultrapassou a faturação total do ano passado mas “está lá perto”, adianta Óscar Costa, revelando que o “peso” da restauração e do take-away é repartido de forma simétrica para o bolo global. No entanto, a perspetiva e aposta é de que o take-away venha a apresentar um maior crescimento.

Analisando outros números, e no que toca a refeições, são vendidas diariamente nos restaurantes da retalhista mais de 35 mil refeições por dia – número que deve aumentar ligeiramente até ao final do ano, com a abertura iminente de novos restaurantes. Já nas cozinhas trabalham atualmente cerca de 450 pessoas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.