Amazon vai utilizar conteúdos do New York Times para treinar IA
Depois de ter processado a dona do ChatGPT por violação de direitos de autor, o New York Times celebra agora o seu primeiro acordo de licenciamento de conteúdo para treinar modelos de IA generativa.
A Amazon vai ter acesso ao conteúdo editorial do The New York Times (NYT) para o utilizar nas suas plataformas de inteligência artificial, mediante uma parceria celebrada entre as partes. Os termos financeiros do acordo não foram divulgados.
O acordo “levará o conteúdo editorial do Times para uma variedade de experiências dos clientes da Amazon”, refere a The New York Times Company, em comunicado, citada pelo NYT. Além de notícias do NYT, também estão abrangidos pelo acordo conteúdos do NYT Cooking (site de culinária e receitas) e do The Athletic (jornal desportivo que o grupo New York Times comprou em 2022 por cerca de 550 milhões de dólares).
“O acordo é consistente com o nosso princípio de longa data de que vale a pena pagar por jornalismo de alta qualidade. Está alinhado com a nossa abordagem de garantir que o nosso trabalho é valorizado adequadamente, seja através de acordos comerciais ou da aplicação dos nossos direitos de propriedade intelectual“, refere Meredith Kopit Levien, diretora executiva do The Times, numa informação aos trabalhadores.
Segundo refere o próprio jornal norte-americano, o uso do seu conteúdo editorial pela Amazon será usado para treinar os modelos de IA da empresa. Este uso deve ainda estender-se à Alexa, assistente virtual desenvolvida pela Amazon.
O acordo “incluirá a exibição em tempo real de resumos e pequenos trechos de conteúdos do Times em produtos e serviços da Amazon, como a Alexa, e o treino de modelos” próprios de inteligência artificial da Amazon, avançou a empresa de notícias norte-americana, citada pela CNBC.
Esta é a primeira vez que o The New York Times concorda com um acordo de licenciamento dos seus conteúdos para o treino de inteligência artificial generativa.
Recorde-se que no final de 2023, o NYT processou a Microsoft e a OpenAI, criadora e proprietária do ChatGPT, por violação de direitos de autor, naquela que foi a primeira ação legal iniciada por um grande meio de comunicação social norte-americano contra as donas de plataformas de inteligência artificial.
O jornal norte-americano argumentava que “milhões” dos seus conteúdos e artigos publicados foram e estavam a ser usados sem a sua permissão para “alimentar” as plataformas de inteligência artificial das empresas tecnológicas, de forma a torná-las mais completas, fiáveis e inteligentes.
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