A orquestra funciona 365 dias, mas o período de férias continua a ser sagrado
Quando é que deixámos de perceber que todos têm direito a período de descanso? Porque não se passa atempadamente aquele briefing que há meses está no nosso plano de trabalho?
Depois de um ano de trabalho, entramos na silly season, um termo inglês que a imprensa adotou para traduzir uma menor intensidade nos media. Talvez porque as fontes “fecham para banhos” e as notícias assumem uma menor importância por oposição ao resto do ano.
Para marcar o fim deste período de calmaria, e como que a legislar o início de um novo ciclo, os partidos políticos, da esquerda à direita, assinalam o regresso ao ativo com festas de rentrée. Pontal e Avante são talvez as mais clássicas, mas de norte a sul, sem esquecer a Madeira, a classe política marca o ritmo da imprensa.
A academia e os tribunais também abrem as portas à chegada de um novo ano.
E nas empresas? Num mundo cada vez mais global, a orquestra funciona 365 dias, mas o período de férias continua a ser sagrado e de preferência nos meses de verão.
O descanso é sagrado e merecido, mas então porque insistem alguns profissionais, nomeadamente da área do Marketing e da Comunicação, a passar briefings às agências dias antes de irem para férias e com prazo de concretização igual ao da sua ausência?
Sabemos que hoje é possível ter uma equipa de projeto com vários fusos horários. Mas também conhecemos a realidade do país e sabemos que, em consultoria de comunicação ou na área dos eventos, a mão-de-obra (leia-se colaboradores) está em Portugal e tem direito a férias, de preferência na silly season. Então, porquê deixar para a última a passagem de um briefing que há muito está no pipeline estratégico?
É certo que já lá vai o tempo em que as organizações paravam em agosto, em que as pessoas quase que mudavam a residência até à festa da rentrée.
Não tenho saudades desse tempo, mas dou por mim a pensar porque deixámos de olhar para a floresta? Quando é que deixámos de perceber que todos têm direito a período de descanso? Porque não se passa atempadamente aquele briefing que há meses está no nosso plano de trabalho?
A felicidade no local de trabalho é possível. Vamos pensar nela de forma coletiva? Afinal, o work-life balance também é isto.
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