Jornal The Guardian proíbe publicidade de apostas e jogos de azar
O The Guardian também proíbe a publicidade a empresas de combustíveis fósseis desde 2020.
Depois de os clubes da Liga inglesa de futebol terem comunicado que vão retirar da parte da frente das suas camisolas a publicidade a casas de apostas a partir de 2026, também o The Guardian decidiu banir toda a publicidade de apostas e jogos de azar. A decisão foi tomada tendo em conta que o jornal considera que não é ético receber dinheiro por serviços que podem conduzir ao vício e à ruína financeira.
Esta proibição é extensível a todas as formas de aposta, incluindo promoções para apostas desportivas, casinos online ou raspadinha e passa a ser aplicada em todos os meios online e impressos do grupo, incluindo o The Guardian, o Observer e o The Guardian Weekly.
Excluída desta proibição está a publicidade a lotarias, uma vez que as mesmas podem representar benefícios sociais ao juntar dinheiro para boas causas e tendo em conta que normalmente envolvem “sorteios não instantâneos”, refere uma fonte do jornal, citada pelo próprio.
Esta decisão de proibir a publicidade a apostas segue-se a um rápido crescimento das apostas online em eventos desportivos, ajudado pela desregulação e o grande crescimento do número de utilizadores de smartphone, explica o jornal.
Segundo Anna Bateson, diretora executiva do Guardian Media Group, “os jornalistas do Guardian noticiaram sobre o desvastante impacto da indústria de apostas no Reino Unido e na Austrália, ajudando a mudar o rumo e garantindo que o problema se mantém no topo da agenda pública. Os estudos demonstram uma correlação clara entre a exposição a publicidade e o aumento das intenções num envolvimento em apostas regulares“.
Na tomada de decisão também pesa o facto de que o grupo de media inglês depende cada vez mais das contribuições diretas dos leitores do que das receitas provenientes de publicidade: “Nós podemos tomar este tipo de decisões devido à nossa estrutura proprietária independente, equilibrando o propósito e o lucro“, diz Bateson.
“Nós apoiamos totalmente o aproveitamento do desporto e respeitamos as escolhas de cada um de participarem em apostas ocasionais de futebol, corridas de cavalos ou qualquer outro desporto. A nossa preocupação reside na natureza penetrante dos anúncios digitais que prendem num ciclo viciante uma parte dos fãs do desporto”, afirma ainda a diretora executiva.
O The Guardian também proíbe a publicidade a empresas de combustíveis fósseis desde 2020.
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