Negócios +M

“É preciso sinal claro” que acionistas não querem fim da Global Media

Lusa,

Os delegados sindicais questionam os acionistas minoritários do Global Media Group sobre a marcação da assembeia-geral na qual pretendem, como avançou o +M/ECO, destituir o CEO do grupo.

Os delegados sindicais da Global Media defendem que é preciso um sinal claro que os acionistas Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e António Mendes Ferreira, que vão pedir uma assembleia-geral, não querem o fim do grupo.

Na sequência do comunicado enviado por aqueles acionistas na sexta-feira, de que iriam agendar uma assembleia-geral (AG) para encontrar uma solução para a crise que atravessa a Global Media (GMG), os delegados sindicais questionam ainda sobre a data da mesma “com vista à destituição do presidente da Comissão Executiva”.

De acordo com fontes contactadas pela Lusa esta manhã, até ao momento não há data marcada, mas espera-se a convocatória durante o dia de hoje.

Os trabalhadores dos títulos da Global Notícias continuam, ao dia 23 de janeiro, sem receber os salários de dezembro, o subsídio de Natal, em alguns casos o subsídio de Férias e, no caso dos colaboradores (prestadores de serviços), os pagamentos de novembro“, referem os delegados sindicatos, classificando de “cenário intolerável e de consequências gravíssimas” a situação que “levou as redações do Jornal de Notícias [JN], O Jogo e Dinheiro Vivo a aprovar em plenários a suspensão dos contratos de trabalho, extensível também aos trabalhadores da Global Imagens, e a redação do DN [Diário de Notícias] a aprovar um pré-aviso de greve por tempo indeterminado”.

No entanto, “acreditamos que os senhores acionistas não quererão ficar associados ou ser cúmplices de um comportamento, relativamente ao não pagamento dos salários, que pode ser considerado crime, tal como foi exposto pelo Sindicato dos Jornalistas na denúncia ao Ministério Público, através do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto“, prosseguem.

Assim, referem que se impõe de forma urgente a resolução dos atrasos salariais e a aceleração de todo e qualquer processo que conduza a uma solução que salvaguarde a sobrevivência dos títulos.

É preciso um sinal claro de que os acionistas, ao contrário da Comissão Executiva, não querem o fim do GMG e das marcas por este detidas”, rematam.

Na semana passada, o World Opportunity Fund (WOF), que tem o controlo de gestão da GMG, informou da sua indisponibilidade em transferir dinheiro para pagar os salários em atraso até uma decisão do regulador ERC e de um alegado procedimento cautelar.

Em 6 de dezembro, em comunicado interno, a Comissão Executiva da GMG, liderada por José Paulo Fafe, anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar “a mais do que previsível falência do grupo”.

Em 21 de setembro, o WOF adquiriu uma participação de 51% na empresa Páginas Civilizadas, proprietária direta da Global Media, ficando com 25,628% de participação social e dos direitos de voto na Global Media.

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