CNN internacional despede 100 pessoas e avança para modelo de subscrição
O canal de informação vai apostar no lançamento de um novo produto de assinatura na CNN.com antes do final do ano e em dois gratuitos.
A CNN internacional anunciou o despedimento de uma centena de pessoas. Até ao final do ano, a empresa vai também implementar um novo produto online de assinatura.
O despedimento de cerca de 100 pessoas – ou seja, de 3% dos seus trabalhadores – vai ocorrer “em toda a empresa”, segundo uma carta enviada aos trabalhadores por Mark Thompson, CEO da CNN Worldwide desde outubro passado, diz o The New York Times (NYT). O jornal norte-americano refere ainda que a última vez que ocorreu uma ronda significativa de despedimentos na CNN foi em 2022.
Na mesma informação, Mark Thompson adiantou que a empresa vai lançar o seu “primeiro produto de assinatura” ainda este ano e que vai avançar com uma oferta crescente de “news you can use“. Além disso, a CNN vai também apostar mais no uso de inteligência artificial.
O canal de notícias vai assim lançar um novo produto de assinatura na CNN.com antes do final do ano, embora Thompson não detalhe o seu conceito, apenas referindo que a empresa vai desenvolver “novos produtos digitais com foco especial em experiências digitais pelas quais vale a pena pagar“, cita a Variety. A empresa vai também avançar com duas novas ofertas digitais gratuitas suportadas por publicidade: uma baseada em séries e produções originais da CNN e outra baseada no seu serviço em espanhol, também segundo a Variety.
Recorde-se que em 2022 foi lançado o CNN+, um produto de streaming por assinatura. No entanto, um mês após o lançamento, este serviço foi descontinuado.
Thompson delineou ainda uma reorganização da empresa, que passa pela fusão de três redações até agora separadas – a de notícias norte-americanas, a de internacionais e a de digitais -, sob a liderança única de Virginia Moseley, avança o NYT.
“Converter uma grande organização de notícias em direção ao futuro não é tarefa para um dia. Isso é feito em etapas e ao longo do tempo. Os anúncios de hoje não respondem a todas as perguntas nem procuram resolver todos os desafios que enfrentamos. Mas representam um avanço significativo“, escreveu na informação enviada aos trabalhadores.
Mark Thompson, que antes de se juntar à CNN também já tinha desempenhado a função de CEO do The New York Times e de diretor-geral da BBC, já tinha prometido o desenvolvimento de uma estratégia digital mais robusta, numa altura em que as pessoas têm mudado os seus hábitos de consumo, trocando a televisão por cabo tradicional em prol do streaming
Recentemente, a CNN foi a responsável pela transmissão do primeiro debate presidencial norte-americano, entre o ex-presidente norte-americano Donald Trump e o atual líder, Joe Biden, embora a audiência registada tenha sido a mais baixa em duas décadas, segundo um relatório preliminar difundido pela própria CNN. O levantamento apontava que 49,7 milhões de pessoas ligaram as suas televisões para assistir ao debate.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.