Media

Jornalistas defendem regulamentação para limitar uso de IA

Carla Borges Ferreira,

Os dados são da segunda edição da “Sonda +M / Central de Informação”, barómetro composto por cerca de 50 jornalistas em cargos de edição/direção.

 

A regulamentação para limitar o uso de IA no jornalismo é necessária e urgente. Esta é a opinião da esmagadora maioria dos inquiridos na segunda edição da “Sonda +M / Central de Informação”, barómetro de media composto por 49 jornalistas em cargos de edição/direção de mais de 30 órgãos de comunicação social portugueses de âmbito nacional.

De acordo com 68% dos jornalistas inquiridos, a utilização descontrolada de IA pode colocar em risco os códigos deontológicos e, para 27% dos inquiridos, o seu desenvolvimento tem sido muito rápido e descontrolado. Os restantes 5% consideram que a regulamentação para limitar o uso de IA no jornalismo é necessária mas para informar, não limitar.

Apesar de defenderem a necessidade de regulamentação, a maioria dos inquiridos já utiliza ferramentas de IA no desenvolvimento do seu trabalho. Para 54% dos inquiridos esta é usada na pesquisa de informação e, em 10% dos casos, na adaptação de textos jornalísticos a outros formatos. Mais de de dois terços dos jornalistas dizem, no entanto, não utilizar ferramentas de IA e nenhuma das respostas foi no sentido de a inteligência artificial ser um recurso para a produção de textos jornalísticos.

A eventualidade de, a prazo, as ferramentas de IA virem a substituir o papel dos jornalistas foi outra das questões colocadas. Aqui, e para 59% dos inquiridos, essa não é uma possibilidade, uma vez que as ferramentas de IA não têm critérios jornalísticos. Por outro lado, e para 27% dos inquiridos, essa também não é uma possibilidade, mas porque as ferramentas de IA não permitem a diferenciação do trabalho do jornalista.

Em sentido contrário, 9% consideram que as ferramentas de IA poderão substituir o papel dos jornalistas porque são mais rápidas e eficazes e 5% que o farão na entrega de conteúdos com base no histórico e localização dos leitores.

 

O período de auscultação desta segunda edição da “Sonda +M /Central de Informação” decorreu entre 8 e 15 de julho de 2024 e obteve uma taxa de resposta de 45%. A Sonda, recorde-se, é uma iniciativa do +M e da Central de Informação.

 

 

O painel fixo, que tenderá a aumentar, é composto por Afonso de Melo (Jornal Sol); Ana Maria Pimentel (Sapo24); Ana Maria Ramos (TSF); André Veríssimo (Eco); António José Gouveia (Jornal de Notícias); António José Teixeira (RTP); Carla Jorge de Carvalho (Rádio Observador); Catarina Folhadela (SIC); Catarina Santos (Rádio Renascença); Cristina Fernandes Ferreira (Agência Lusa); Dírcia Lopes (Forbes Portugal); Dulce Neto (Observador); Elsa Pereira (Notícias ao Minuto); Filomena Lança (Jornal de Negócios); Hugo Silva (Jornal de Notícias); Isabel Cunha (Antena1); Ivo Neto (Público); Joana Petiz (Novo), João Fernando Ramos (TVI/CNN Portugal); João Luís Sousa (Vida Económica); João Pedro Barros (Expresso); Joaquim Ferreira (SIC); Jorge Oliveira da Silva (RTP); José Pedro Frazão (Rádio Renascença); Luís Avelãs (Jornal Record); Luís Castro (RTP); Luísa Meireles ( Agência Lusa); Manuel Carvalho (Público); Manuel Fernandes Silva (RTP); Manuel Molinos (Jornal de Notícias/Global Media Group); Maria João Babo (Jornal de Negócios); Maria João Cunha (Rádio Renascença); Maria Teixeira Alves (Jornal Económico); Mónica Silvares (Eco); Nuno Simas (Agência Lusa); Paula Oliveira (TVI/CNN Portugal); Paula Rebelo (RTP); Pedro Araújo (Jornal de Notícias); Pedro Santos Guerreiro (TVI/CNN Portugal); Rafael Barbosa (Jornal de Notícias); Ricardo Santos Ferreira (Novo); Rui Frias (Diário de Notícias); Rui Loura (TVI/CNN Portugal/Mais Futebol); Rui Tavares Guedes (Visão); Sandra Sá Couto (RTP); Sara Belo Luís (Visão); Vanessa Cruz (Observador); Vasco Rosendo (TVI/CNN Portugal); Vítor Santos (Jornal O Jogo).

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