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Conteúdos digitais pagos do DN estavam no ‘roadmap’ da administração

Lusa,

"A estratégia do DN passa pela construção de uma relação sustentada com os leitores e isso dificilmente se faz no modelo aberto e de consumo anónimo", diz o diretor interino.

O Diário de Notícias (DN) voltou a ter conteúdos digitais pagos a partir desta terça-feira, uma decisão que “estava no ‘roadmap'” da administração da Global Media que tomou posse em fevereiro, disse à Lusa o diretor interino.

Em 27 de julho, num artigo no seu ‘site’, o DN anunciou que a partir de hoje os conteúdos exclusivos da marca passariam a ser fechados, ou seja, de acesso limitado, exceto para assinantes.

Questionado por escrito pela Lusa sobre quando foi tomada esta decisão, Bruno Contreiras Mateus disse que “a decisão estava no ‘roadmap’ desta administração que tomou posse em fevereiro”.

A Global Media Group (GMG) tem como presidente executivo Vítor Coutinho.

Sobre a razão pela qual avançaram agora com a medida, o diretor interino explicou: “Porque foram concluídos os testes técnicos que se seguiram à seleção e implementação da plataforma contratada”.

Já sobre se os conteúdos vão ser todos fechados ou haverá alguns em aberto, Bruno Contreiras Mateus referiu que, “por princípio, os artigos exclusivos serão fechados”. No entanto, “essa é uma escolha dinâmica que ocorre na lógica de atividade diária da redação”.

De acordo com a informação disponibilizada em https://www.dn.pt/assinaturas/, o acesso total a todos os conteúdos do dn.pt durante um mês terá o valor de 5,99 euros. Esta assinatura garante acesso ilimitado a todos os conteúdos do site, bem como a leitura prévia do jornal e suplementos na noite anterior,

Já o acesso ‘premium’, que permite aceder aos conteúdos digitais do jornal durante um ano (12 meses), será de 59,99 euros, sendo esta uma oferta especial por tempo limitado (conforme o que consta no ‘site’). Esta assinatura tem todas as vantagens do acesso Total e Total ++, que inclui a redução de publicidade, oferta de primeira página com data de escolha e visitas à redação.

Já o acesso Total ++, cuja a assinatura é de 24 meses, tem um custo de 99,99 euros, permite aceder de forma ilimitada a conteúdos exclusivos, (‘e-paper’ do jornal diário e suplementos) e a oferta de 10 artigos exclusivos por mês para partilhar e convites para eventos.

Questionado sobre se não se corre o risco de perder leitores ao fechar os conteúdos, em pleno verão, o diretor interino considerou que “esse princípio aplicar-se-ia à generalidade dos títulos de imprensa, visto que quase todos têm ‘paywalls'” (restrição na qual os visitantes de um ‘site’ que desejam aceder ao seu conteúdo têm de pagar por isso).

Contudo, “a estratégia do DN passa pela construção de uma relação sustentada com os leitores e isso dificilmente se faz no modelo aberto e de consumo anónimo”, referiu.

Instado a confirmar que há jornalistas do DN que foram surpreendidos com o anúncio desta decisão, o diretor interino adiantou que “esta estratégia foi anunciada pela administração à redação há vários meses”.

Aliás, “mais recentemente, na última reunião de Conselho de Redação [CR], o diretor interino informou que se iriam iniciar os testes com a plataforma e essa informação foi partilhada em comunicado a toda a redação” e, “há poucos dias, foi a vez de comunicar aos leitores“.

“Cumprimos desta forma o processo de informação”, rematou. De acordo com fontes contactadas pela Lusa, há jornalistas do DN que foram “apanhados de surpresa”.

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