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Plano de recuperação de Lisgráfica não homologado. Futuro da gráfica deve ser conhecido para a semana

Rafael Ascensão,

A gráfica responsável pela impressão de jornais como o Expresso e de revistas como a Visão deverá ficar a saber para a semana se fecha portas. Existem salários em atraso.

O plano de recuperação da Lisgráfica não foi homologado. “O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, Juízo de Comércio de Sintra – juiz 6 de Sintra, decidiu não homologar o plano de recuperação”, informou esta sexta-feira à CMVM a gráfica.

A administração da Lisgráfica, deliberou também o tribunal, continua entregue a Nuno Lemos, administrador de insolvência, nomeado após José Brás Monteiro ter renunciado à administração da Lisgráfica. O novo administrador deve decidir em meados da próxima semana qual o futuro a dar à gráfica.

A empresa responsável pela impressão de meios como o Expresso, Visão ou Sábado encontra-se em risco de fechar portas. De acordo com as informações recolhidas junto da empresa, Nuno Lemos irá decidir, previsivelmente na próxima quarta ou quinta-feira, por onde passa o futuro da empresa, se pelo seu fecho ou se por uma outra solução que seja encontrada, e que ainda não é conhecida.

Segundo a mesma fonte, a impressão dos jornais e revistas, até ser conhecida a decisão, está assegurada pela empresa onde alguns trabalhadores contam com dois e três meses de salários em atraso. A Lisgráfica imprime outras publicações como a TV 7 Dias, TV Guia, TV Mais, Avante ou Fugas.

A gráfica apresentou em fevereiro deste ano um plano de recuperação ao Juízo do Comércio de Sintra no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, depois de em dezembro ter apresentado insolvência.

A empresa registou prejuízos líquidos de 571 mil euros na primeira metade de 2023, inferiores aos de 1,20 milhões de euros verificados no mesmo período do ano passado, segundo anunciou em setembro.

A 21 de junho anunciou que o seu plano de insolvência e recuperação foi aprovado por 62,3% dos credores. O plano previa o pagamento integral dos créditos laborais, dos créditos da Autoridade Tributária e da Segurança Social em planos prestacionais a contratar nos termos da lei, o perdão de 95% dos créditos comuns e um perdão de 100% dos créditos subordinados.

Posteriormente, pode ser decidida a conversão de créditos comuns “que resultem do referido perdão em capital”. O plano de recuperação da Lisgráfica de 2019 deixou de ser aplicável após a apresentação da empresa à insolvência e foram restaurados alguns créditos.

Assim, o “valor reclamado ronda os 70.000.000 euros, ao contrário do balanço da Lisgráfica que tinha um passivo registado de apenas 26.500.000 euros”. Segundo detalhou na altura a empresa, com a apresentação do plano de recuperação (que ainda poderia vir a ser alterado), previa-se um passivo inferior a 10 milhões de euros.

No início de setembro, José Brás Monteiro apresentou a sua renúncia ao cargo de administrador da Lisgráfica, tendo cessado funções no final desse mês.

 

(Notícia atualizada às 16h45)

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