Blandy’s Madeira lança vinhos Madeira de 10 anos e aposta em rebranding
A par da nova linha de vinhos de 10 anos, a Blandy’s Madeira aposta num rebranding das garrafas e numa campanha. A ação representa um investimento na ordem dos 40% do orçamento total de marketing.
A Blandy’s Madeira lançou uma nova linha de vinhos Madeira de 10 anos, visando celebrar a tradição e a inovação. Esta nova linha, composta por vinhos de diferentes graus de doçura (seco, meio seco, meio doce e doce), é acompanhada por um rebranding das suas garrafas, passando a apresentar-se ao mercado em vidro transparente e rótulos coloridos, em contraste com a tradicional apresentação dos vinhos Madeira.
Joana Lomelino Freitas, diretora de marketing da Blandy’s Madeira, explica que a marca, sendo “uma das mais tradicionais produtoras de vinho Madeira com mais de dois séculos de história na arte de fazer vinho Madeira”, percebeu a importância de se reinventar para acompanhar as novas tendências de consumo, sem perder a sua identidade.
“Esta nova família de vinhos não representa apenas a evolução das técnicas de vinificação, mas também uma mudança visual significativa. Ao abandonar a tradicional imagem dos vinhos Madeira, a Blandy’s introduziu garrafas de vidro transparente e rótulos coloridos, que criam um contraste marcante com o visual clássico e sóbrio da categoria“, refere ao +M.
Esta mudança na apresentação das garrafas visa “destacar a qualidade e a inovação dos produtos, enquanto transmite um apelo mais contemporâneo e vibrante, para atrair tanto os consumidores tradicionais como um público mais jovem, que procura autenticidade e originalidade”.
Com cores “vivas e frescas”, o novo design “melhora a visibilidade dos produtos nas prateleiras e conta uma nova história sobre a marca, fiel às suas raízes, mas aberta à modernidade e à criatividade“, acrescenta.
Por parte da Nuts Branding, que assina o rebranding, a fundadora da agência, Patrícia Conde, acrescenta que o principal objetivo do rebranding passa por “reposicionar a marca, com a renovação da sua imagem e reforço da respetiva relevância, tanto para os consumidores tradicionais, quanto para uma nova geração“. Ou seja, “acompanhar as tendências do mercado, sem perder a essência de herança familiar e artesanal“.
Ao lançar uma nova linha de vinhos de 10 anos, a marca também optou pelo desenvolvimento de uma campanha criativa que refletisse renovação. Neste sentido, foi lançada a “Unconventional”, que acompanha o rebranding e que foi sustentada num conceito criativo que adota “um tom provocador e inovador“. A mesma marca presença no aeroporto da Madeira, em mupis nas ruas do Funchal, em ativações em pontos de venda nacionais e no digital.
“Em suma, esta campanha visa transmitir a mensagem de uma constante evolução, com a marca pronta para atender às necessidades de um público mais dinâmico e sofisticado, sem abrir mão de sua autenticidade e tradição. Através desta nova abordagem visual e estratégica, o objetivo é tornar os vinhos Madeira mais atraentes e acessíveis em diversos contextos de consumo, de ocasiões formais a momentos mais descontraídos”, explica Patrícia Conde.
“Com cenários que são inspirados no surrealismo e conceitos visuais que vão além do convencional, a campanha transmite a ideia de que, com os novos vinhos da Blandy’s, o único limite é a criatividade“, acrescenta a diretora criativa, referindo ainda que a versatilidade dos vinhos é um dos “principais pilares da campanha”, onde se demonstra que estes podem ser desfrutados em qualquer momento, quer como aperitivos ou digestivo.
A assinatura “Uma nova geração de vinho Madeira” é também ela sinal de “um cruzamento entre a tradição e a inovação, entre uma história secular e capacidade de chegar a novos públicos”, diz Patrícia Conde.
Em termos de investimento, Joana Lomelino Freitas adianta que esta campanha – direcionada maioritariamente para o mercado regional, nacional, e do Reino Unido e Estados Unidos da América – “levará uma fatia grande do orçamento de marketing“, na ordem dos 40% do orçamento total.
Sendo uma marca com mais de 210 anos de existência, a comunicação da Blandy’s Madeira “terá que respeitar todos os valores da família e da sua herança histórica”, mas também “deve responder aos novos desafios que o mercado apresenta”, diz Joana Lomelino Freitas.
“Numa perspetiva macro, é assim que estratégia de Blandy’s se posiciona. Queremos criar engagement, com uma componente necessariamente emocional, sem deixar de assegurar aos mais tradicionalistas que a qualidade do produto continua acima de qualquer dúvida. É sob estes dois vetores que nos queremos apresentar. Corresponder às expectativas de quem confia no nosso produto, daqueles que sempre tiveram na Blandy’s a referência de vinho Madeira, e de todos os que serão impactados com o processo de renovação de imagem em que nos encontramos”, refere a diretora de marketing.
No que toca à competição dentro do setor, Joana Lomelino Freitas recorda que o vinho Madeira se insere numa categoria muito pequena dentro do mundo dos vinhos, onde “todo o processo é em microescala, não mecanizável, com vinhas em pequenas parcelas de terreno“, sendo que atualmente existem apenas cerca de 400 hectares de vinha em toda a ilha da Madeira.
“Tendo isto em consideração, o nosso cenário é um pouco diferente do restante setor dos vinhos. Inevitavelmente, seremos sempre um produto de nicho e por isso o nosso trabalho tem que ser minucioso, preciso e consistente. Estamos atentos às tendências de mercado, e, respeitando a herança histórica da Blandy’s, ajustamos a nossa estratégia ao target“, afirma.
“Neste sentido, os novos 10 anos da Blandy’s foram pensados para se destacarem na categoria, e simplificarem a comunicação com o público-alvo, ajudando-o a fazer uma escolha mais de encontro às suas preferências. Queremos comunicar que o vinho Madeira é um vinho versátil, gastronómico e para todos os momentos“, acrescenta.
Sendo o departamento de marketing, com a atual configuração, “relativamente recente”, a Blandy’s Madeira está ainda a ajustar o orçamento que aloca ao marketing, sendo que atualmente trabalha com uma “métrica de 3% a 5% do valor previsto de faturação anual“, refere a responsável.
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