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Jornais avançam com processos contra a startup de IA Perplexity

Rafael Ascensão,

Além da Dow Jones e do New York Post (da News Corp) também a Forbes e a Wired já acusaram a Perplexity de plágio. O New York Times também exigiu que a startup de IA parasse de utilizar o seu conteúdo.

A Dow Jones, editora do Wall Street Journal, e o New York Post, ambos de Rupert Murdoch, avançaram com um processo contra a Perplexity, uma startup de inteligência artificial (IA), no qual alegam violação de direitos de autor. A startup realiza uma “quantidade massiva de cópias ilegais” do seu trabalho, apontam.

Esta ação é movida por meios que procuram uma compensação pelo esquema descarado da Perplexity para competir por leitores e, ao mesmo tempo, lucrar com o conteúdo valioso que estes meios produzem“, avança a Variety, citando o processo.

“A Perplexity é uma empresa de inteligência artificial generativa que alega fornecer aos seus utilizadores notícias e informações precisas e atualizadas numa plataforma que, nas próprias palavras da Perplexity, permite que os utilizadores seguir os links para os sites originais”, apontam as empresas no processo.

No entanto, a startup tenta fazer isso através de uma “quantidade massiva de cópias ilegais do conteúdo protegido por direitos de autor das publicações e desviando clientes e receitas fundamentais dos respetivos detentores desses direitos de autor“, acrescentam.

A Dow Jones e o New York Post dizem ainda que, em julho de 2024, enviaram uma carta à Perplexity “avisando-a sobre as questões legais levantadas pela utilização não autorizada pela Perplexity das obras protegidas por direitos de autor, oferecendo-se para discutir um possível acordo de licenciamento”. No entanto “a Perplexity não se preocupou em responder”, alegam.

A Perplexity perpetua um abuso de propriedade intelectual que prejudica jornalistas, escritores, editores e a News Corp”, disse, por sua vez, o CEO da News Corp, Robert Thomson, em comunicado, citado pela Reuters.

A Perplexity também já enfrentou acusações de plágio por parte de outras empresas de media, como a Forbes e a Wired, tendo desde então lançado um programa para a partilha de receitas, de forma a responder a algumas das preocupações apresentadas por estas empresas, refere a agência de notícias.

Também o New York Times (NYT) exigiu recentemente à Perplexity que parasse de utilizar o seu conteúdo. Numa carta, o jornal norte-americano referiu que a forma como a Perplexity estava a usar o seu conteúdo – incluindo para a criação de resumos – viola a lei dos direitos de autor.

Neste sentido, o NYT exigiu que a empresa de IA “cessasse e desistisse imediatamente de todo o acesso e utilização não autorizada, atual e futura, do seu conteúdo”, refere a Reuters. Além disso, o NYT solicitou ainda que a Perplexity explicasse como conseguia aceder ao seu site, apesar dos seus esforços de prevenção.

Recorde-se que, naquele que talvez tenha sido o caso mais mediático, o New York Times já avançou com um processo contra a Microsoft e a OpenAI, criadora e proprietária do ChatGPT. O jornal queixava-se de violação de direitos de autor, naquela que foi a primeira ação legal iniciada por um dos grandes meios de comunicação social norte-americanos contra as donas de plataformas de inteligência artificial.

Por seu lado, a Perplexity disse que não está a recolher dados para construir modelos de IA, mas sim a indexar páginas da web e a exibir conteúdos factuais – com citações – para informar os utilizadores quando estes colocam uma questão.

Estes meios juntam-se assim ao conjunto de órgãos de comunicação social e organizações e entidades jornalísticas que têm avançado com processos em tribunal contra as plataformas de IA, embora a maioria enverede por acordos e pela exploração dos benefícios que a IA tem para oferecer ao mundo das notícias.

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