Futuro da dona da Visão “não é necessariamente o caminho da liquidação”, diz administrador de insolvência
"Caminhos existem, não é necessariamente o caminho da liquidação", explica ao +M André Fernando de Sá Correia Pais, nomeado esta quarta-feira administrador de insolvência da TiN.
Daqui a exatamente oito semanas, no dia 29 de janeiro, André Fernando de Sá Correia Pais vai propor à assembleia de credores da Trust in News (TiN) uma solução para a dona da Visão e da Exame. “Caminhos existem, não é necessariamente o caminho da liquidação” explica ao +M.
Nomeado na manhã desta quarta-feira administrador de insolvência, ainda não passou tempo suficiente para que André Correia Pais se começasse a inteirar da situação da empresa e decorre, inclusive, o prazo legal no qual pode recusar a assumir as rédeas do processo.
Partindo do princípio que não será essa a decisão, o administrador de insolvência assumirá então a gestão da Trust in News e estudará as melhores soluções para proteger os interesses dos credores. Neste momento, reforça, é prematuro tentar antecipar uma decisão.
Em cima da mesa, e em tese, está a apresentação de um plano que permita à empresa continuar a sua atividade e cumprir um plano de pagamento de dívidas, ou a liquidação clássica, com a venda dos ativos. A sua proposta será então votada no dia 29 de janeiro em assembleia de credores, tendo estes a última palavra.
Esta quarta-feira, e como avançou a Lusa, o tribunal nomeou também a Comissão de Credores, que tem como membros efetivos o Instituto da Segurança Social, Autoridade Tributária, Impresa Publishing, Novobanco e representante dos trabalhadores a indicar pela comissão de credores. Os CTT e o BCP são membros suplementes desta Comissão.
Como o +M avançou no dia 12 de novembro, a Trust in News reconheceu estar insolvente, mas avançou para o pedido de um plano de insolvência com reestruturação, após ter falhado a aprovação do Plano Especial de Revitalização (PER).
Em concreto, a empresa de media – que em 2018 comprou o negócio das revistas ao grupo Impresa por mais de dez milhões – devia 8,98 milhões de euros à Segurança Social e 8,13 milhões à Autoridade Tributária, dívidas que se propôs a pagar em 150 prestações mensais, ou seja, ao longo dos próximos 12 anos e meio, de acordo com o plano que o ECO consultou no portal Citius.
Em relação ao Novobanco e BCP, cujas dívidas ascendiam a 4,3 milhões de euros, e outros credores, onde se inclui a própria Impresa (cerca de 4,1 milhões), a Trust in News pretendia um prazo de pagamento de 15 anos (180 prestações mensais). Para os trabalhadores, previa pagar os salários e subsídios em atraso de quase meio milhão de euros em 12 meses.
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