Banco de Portugal abandona X
Também o Tribunal de Contas já tinha anunciado o abandono tanto do X como do Facebook, devido a "inúmeras situações violadoras da legislação nacional e da legislação da União Europeia".
O Banco de Portugal comunicou o abandono da plataforma X (ex-Twitter). “O Banco de Portugal decidiu descontinuar as suas publicações no X. Esta conta continuará a existir como arquivo. Continuamos ativos no LinkedIn, Instagram e YouTube”, lê-se na publicação do Banco de Portugal, onde se encontra ainda a hashtag “#goodbyeX”.
Por outro lado, o Banco de Portugal comunicou também a sua chegada ao Bluesky, plataforma concorrente do X. “Nova plataforma, novas ligações. Seguimos mais próximos. Olá, Bluesky”, lê-se numa publicação no LinkedIn.
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Antes, também o Tribunal de Contas já havia anunciado o abandono tanto do X como do Facebook. Num despacho a que o +M teve acesso, o Tribunal de Contas explica que tem usado estas plataformas como “canais oficiais de divulgação da sua atividade”, mas que as mesmas se têm “revelado em inúmeras situações violadoras da legislação nacional e da legislação da União Europeia, tendo sido mesmo sancionadas por violação de direitos fundamentais, designadamente por incumprimento da legislação de proteção de dados e da proteção dos consumidores“.
“As regras de concorrência também têm sido objeto de processos por infração. A plataforma X abandonou a verificação de conteúdos, o que resultou na proliferação de discursos de ódio, sendo patente a utilização desta plataforma para promover a desinformação. Recentemente, a plataforma Facebook anunciou o fim da verificação das publicações, comummente designado por fact-check, e da moderação de discursos de ódio, legitimando-se desse modo a publicação de conteúdos discriminatórios, com o que formalizou a estratégia de desconsideração do regime jurídico da União Europeia, designadamente do Regulamento dos Serviços Digitais”, enquandra-se no documento.
“Neste quadro, não podendo o Tribunal de Contas ser veículo para uso de plataformas que não cumprem o direito da União, deixa de utilizar estas redes sociais para interagir com os cidadãos e com as entidades, passando a privilegiar a comunicação através do seu sítio institucional“, conclui-se no documento.
No mesmo dia, também o Banco central alemão, o Deutsche Bundesbank, anunciou na própria plataforma o abandono do X. “Decidimos descontinuar nossas atividades em X, cujos padrões de discussão se tornaram cada vez mais inaceitáveis”, disse um porta-voz do Bundesbank, citado pelo Central Banking.
O abandono da plataforma de Elon Musk já tem vindo a ser recorrente mesmo noutros setores como o dos media. Também em janeiro, o Le Monde juntou-se a outros meios franceses (Ouest France, Sud Ouest, Mediapart, La Voix du Nord) ou ao The Guardian e La Vanguardia na decisão de deixar de publicar no X.
Mas também entre a comunidade em geral, o abandono do X parece ser uma tendência. Em novembro, as desativações de contas no X atingiram um pico no dia a seguir às eleições nos EUA, tendo sido registadas mais de 280 mil desativações através da web a nível global a 6 de novembro, um dia a seguir às eleições. Só no nos EUA abandonaram a rede cerca de 115 mil pessoas.
Outras redes sociais têm beneficiado destes abandonos do X. A rede social Threads, por exemplo, que se tem firmado como o principal concorrente, divulgou em novembro um incremento de 35 milhões de novos utilizadores.
A taxa de crescimento do Threads — que viu a sua base de utilizadores crescer em 15 milhões entre 1 e 14 de novembro – aumentou ainda nos 10 dias seguintes, durante os quais foram registados 20 milhões novos utilizadores.
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