Perdas de imparidade arrastam resultado da Impresa para prejuízos 66,2 milhões. Corte de custos de 10% em marcha
Impresa vai implementar um plano de redução de custos, a 4 anos, com o objetivo de poupar 10% dos custos, ou seja, cerca de 16 milhões de euros.
A Impresa, dona da SIC e do Expresso, terminou o ano de 2024 com prejuízos de 66,2 milhões de euros. O número reflete uma perda, a título de imparidade, do goodwill da SIC.
“Em 2024, considerou-se que o ativo SIC, pelos resultados obtidos no último triénio, e tendo em conta as tendências do mercado onde se insere, perdeu valor e deixou de valer tanto como está registado contabilisticamente. Tendo sido revistos os pressupostos-chave utilizados nos testes de imparidade destes negócios, determinou-se uma perda por imparidade de goodwill no montante de 60,7 milhões de euros. Note-se que este valor também inclui uma imparidade que resulta da avaliação da Infoportugal, num valor naturalmente inferior ao da SIC”, explica ao +M Francisco Pedro Balsemão, CEO do grupo.
“Importa salientar que, pela sua natureza, estas imparidades têm cariz meramente contabilístico e não têm impacto na atividade operacional do Grupo, nem comprometem a sua tesouraria“, assegura.
O resultado líquido ajustado, sem essa perda de imparidade, foi de 5,5 milhões de euros negativos, um aumento de 176,5% das perdas na comparação com o ano de 2023. Este inclui, explica a Impresa, o reforço do valor das provisões em aproximadamente 5,3 milhões de euros, na sequência da evolução dos processos judiciais em curso intentados contra o Grupo e da aferição dos respetivos riscos e responsabilidades.
O EBITDA do grupo situou-se em 18,4 milhões de euros (uma melhoria de 19,5%) e o EBITDA recorrente, ajustado dos custos de reestruturação e de indemnizações pagas e recebidas, foi de 15,6 milhões de euros. O agravamento dos resultados financeiros decorre não apenas da subida das taxas de juro, mas também dos custos de lançamento das Obrigações SIC 2025-2028.
A dívida remunerada líquida registada no final de 2024 foi de 130,9 milhões, um acréscimo de 13,3% em relação ao ano anterior.
“As receitas totais consolidadas da Impresa registaram um acréscimo de 0,2%, para 182,3milhões de euros. Os custos operacionais, sem considerar amortizações, depreciações, provisões e perdas por imparidade em ativos não correntes, diminuíram pelo segundo ano consecutivo para 163,8 milhões, menos 1,6% face ao valor registado em 2023“, descreve o grupo dono da SIC e do Expresso.
Analisando por áreas, a SIC obteve receitas totais de 157,5 milhões de euros (+0,9) e os custos operacionais diminuíram 0,2%, para 139,2 milhões de euros. O EBITDA situou-se nos 18,2 milhões (+9,9%, com uma margem do EBITDA de 11,6%. O EBITDA recorrente, ajustado dos custos de reestruturação e de indemnizações pagas e recebidas, foi de 15,2 milhões, uma quebra de 19,7%. Os resultados líquidos da SIC, que apresenta contas à parte, foi de 4,8 milhões de euros, uma quebra de 42,2%.
Na Impresa Publishing as receitas desceram 5,1% em 2024, para os 23,4 milhões de euros, e os custos operacionais diminuíram 6,3%, para os 21,5 milhões de euros, devido à redução nos custos de produção do jornal Expresso, escreve o grupo. O EBITDA foi de 2 milhões (+ 11,5%) e o EBITDA recorrente, ajustado dos custos de reestruturação e de indemnizações pagas e recebidas, foi de 2,2 milhões de euros, uma variação negativa de 11,7%, com uma margem de 9,3%.
A Infoportugal registou receitas no valor de 1,6 milhões de euros, um crescimento de 4% relativamente a 2023. Em termos de resultados consolidados, o EBITDA deste segmento foi negativo no montante de 1,7 milhões, uma melhoria de 40,5% em relação a 2023.
As ações, refere também o grupo, terminaram o ano com uma descida de 22% face ao final de 2023. Os volumes de transação registaram uma redução de 47% relativamente ao período homólogo, refletindo uma média de 52,7 mil ações transacionadas por sessão.
Entretanto, a Impresa vai implementar um plano de redução de custos, a 4 anos, com o objetivo de poupar 10% dos seus custos, ou seja , cerca de 16 milhões de euros, avança o grupo. Para a redução da dívida, a venda das instalações é uma hipótese. “Continuamos empenhados em avaliar alternativas para reduzir o nosso nível de endividamento, incluindo a possibilidade de realizar uma operação de venda e subsequente arrendamento das nossas instalações em Paço de Arcos”, aponta Francisco Pedro Balsemão.
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