Jovens são os que mais estão nas redes sociais mas os que menos as usam para consumir notícias

+ M,

Na faixa etária entre os 15 e os 34 apenas 31,7% usa as redes sociais para ler notícias, o que contrasta em larga medida com os 49,9% dos inquiridos com idades entre os 55 e os 64 anos.

O consumo diário de notícias através das redes sociais revela uma tendência crescente e transversal a todas as faixas etárias. Os jovens, embora sejam os que mais usam redes sociais, são no entanto os que menos as utilizam para consumir notícias.

Em concreto, na faixa etária entre os 15 e os 34 apenas 31,7% usa as redes sociais para ler notícias, o que contrasta em grande medida com os 49,9% dos inquiridos entre os 55 e os 64 anos, numa diferença mais de 18 pontos percentuais. As conclusões são da quarta edição do estudo “Meaningful Media”, realizado pela Havas Media Network e que contou com 600 entrevistas a pessoas residentes em Portugal continental, com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos.

No que diz respeito à generalidade dos diferentes meios, o entretenimento é algo que as gerações entre os 45 a 64 anos procuram na sua utilização, rivalizando de perto com a função informativa. Já entre a Geração Z, a relevância dos meios é cada vez mais assente na descoberta de coisas novas, função que atribuem maioritariamente a motores de busca e redes sociais.

em termos de credibilidade, a televisão continua a ser rainha, com os canais de televisão em sinal aberto a permanecerem como os meios mais credíveis em todas as idades, seguidos dos jornais. No entanto, regista-se uma mudança entre os mais jovens (15 aos 34 anos), com os motores de busca a ganharem território em detrimento da rádio e, especialmente, com as redes sociais a entrarem para o top cinco de credibilidade, aponta-se em nota de divulgação do estudo.

O consumo crescente de conteúdos noticiosos através das redes sociais pode ser um fator determinante para este aumento de credibilidade“, aponta-se na mesma nota, onde se avança que os vídeos virais se estão a tornar cada vez mais o “prime time” dos jovens, tanto como fonte de entretenimento como de informação.

Por outro lado está a aumentar o número de pessoas que evitam notícias ativamente, o que reflete “cansaço face à negatividade e ao contexto de permacrise”.

“Se associarmos este movimento à crescente substituição do jornalismo profissional por criadores de conteúdos digitais, ou ‘jornalistas-influencers’, impulsionada por algoritmos, enfrentamos riscos acrescidos de escassez de confiança, potenciados pela desinformação e polarização de opiniões”, lê-se em nota de imprensa.

Mas também a publicidade associada a conteúdos jornalísticos tem vindo a recuar, tendo caído 33% entre 2019 e 2024, a nível global. Em Portugal, esta queda foi ligeiramente mais baixa, na ordem dos 27%.

Mas mesmo a publicidade existente enfrenta diversos desafios, principalmente entre junto dos mais jovens, que revelam menor tolerância face à publicidade, sendo os que mais utilizam adblockers. Mais de metade (54%) dos jovens entre os 15 e os 34 anos faz uso destes bloqueadores de anúncios, o que contrasta com os 21% registados junto da geração X.

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