Governo finaliza compra da Lusa “nas próximas semanas”

Lusa, + M,

António Leitão Amaro visitou esta quinta-feira a sede da Lusa, em Lisboa. O novo modelo de governação da agência noticiosa ainda está "em aberto", apontou.

O Governo assegurou esta quinta-feira que vai finalizar a compra da totalidade da Lusa “nas próximas semanas” e ressalvou que o novo modelo de governação da agência noticiosa ainda está “em aberto”.

António Leitão Amaro visitou esta quinta-feira a sede da Lusa, em Lisboa, na qual se reuniu com o Conselho de Administração, Direção de Informação e prestou declarações aos trabalhadores.

O ministro sublinhou que o Governo tem dado “sinais importantes” de confiança na Lusa, desde logo, a compra da totalidade do capital da Lusa, que deverá estar finalizada “nas próximas semanas”. Leitão Amaro afirmou que o reforço da importância e do reconhecimento deste serviço público vem com a condição de que a Lusa não está ao serviço do Governo, mas da verdade.

Que não haja dúvidas de que esta ideia de reforçar o serviço público e o papel do Estado no combate à desinformação faz-se respeitando os instrumentos e a cultura de independência“, reiterou.

O Estado, recorde-se, concluiu em julho de 2024 a compra das participações da Global Media e da Páginas Civilizadas na Lusa. Acompra dos 23,36% do Global Media Group e dos 22,35% da Páginas Civilizadas estava apenas dependente da saída do World Opportunity Fund (WOF) da Páginas Civilizadas — e, por via dessa, da Global Media –, para que o Estado fechasse o negócio.

Posteriormente, confirmou a intenção de adquirir as posições minoritárias na Lusa, nomeadamente, da NP – Notícias de Portugal, Público, RTP, e da Empresa do Diário do Minho.

Relativamente ao modelo de governação da empresa e, em particular, à criação de um Conselho de Supervisão, o ministro esclareceu que ainda está tudo em aberto.

Não tenho a certeza que outros modelos, aplicados a outras instituições, passados para aqui, funcionassem bem. Temos de fazer um caminho para encontrar a forma certa […]. É uma discussão que vamos ter ao longo deste ano”, referiu.

O presidente do Conselho de Administração da Lusa, Joaquim Carreira, tem vindo a defender um modelo semelhante ao da RTP, com separação de poderes, alicerçado no conceito de supervisão da independência editorial e financeira, estabilidade e autonomia de gestão.

O Governante disse ainda que uma das medidas do plano de ação para a comunicação social passa pela injeção de mais dinheiro na Lusa, o que assegurou que vai ser refletido no próximo Orçamento do Estado, que terá como destino a transformação tecnológica, o reforço dos recursos e a “evolução e dinamização” do quadro de trabalhadores, assim como o “combate ao crescimento do deserto noticioso em partes do território”.

Questionado pelos trabalhadores se o facto de o Governo ter um sistema próprio de verificação de factos não pode descredibilizar o papel dos jornalistas, o ministro adiantou ser intenção do Governo continuar a combater as ‘fake news’ (desinformação), mas ressalvou que o Estado não quer substituir o papel do setor nesta tarefa.

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