Portugal pode reduzir para 60 casos por 100 mil habitantes dentro de 15 a 30 dias
A incidência mais elevada observou-se no grupo etário dos 10 aos 20 anos, com 105 casos por 100 mil habitantes. INSA destaca a "reduzida pressão nos serviços de saúde".
Portugal pode atingir os 60 casos do novo coronavírus por 100 mil habitantes, metade do limite definido no plano de desconfinamento, dentro de 15 a 30 dias, indica o relatório das “linhas vermelhas” da pandemia de covid-19 divulgado esta sexta-feira.
“Considerando o valor de Rt [índice de transmissibilidade do vírus] médio dos últimos cinco dias, que indica uma tendência decrescente, poderá atingir-se a incidência de 60 casos por 100 mil habitantes no prazo de 15 a 30 dias”, estimam os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Este prazo de 15 a 30 dias é inferior ao apontado no anterior relatório, divulgado a 23 de abril, que apontava para que o país atingisse os 60 casos de covid-19 por 100 mil habitantes dentro de um a dois meses.
O relatório, que faz a análise de risco da pandemia, refere ainda que os diversos indicadores sugerem que o país regista uma “situação epidemiológica com transmissão comunitária de moderada intensidade e uma reduzida pressão nos serviços de saúde”.
Segundo os dados da DGS e do INSA, o número de novos casos de infeção pelo vírus SARS-CoV-2 por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 68 novos casos, com tendência estável a nível nacional.
“A incidência mais elevada observou-se no grupo etário dos 10 aos 20 anos, com 105 casos por 100 mil habitantes, enquanto a incidência mais baixa se observou no grupo etário com 80 anos ou mais, com 31 casos por 100 mil habitantes, o que reflete um risco de infeção neste grupo muito inferior ao risco da população em geral”, referem as duas entidades.
Ao nível dos serviços de saúde, a DGS e o INSA adiantam que o número diário de casos de covid-19 em unidades de cuidados intensivos do continente revela uma tendência ligeiramente decrescente, com 89 doentes internados a 28 de abril, encontrando-se abaixo do valor crítico definido de 245 camas ocupadas.
Já no que se refere ao despiste da doença, a proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 foi de 1%, valor que se mantém abaixo do limiar definido de 4%.
“Observou-se um aumento do número de testes para deteção de SARS-CoV-2 realizados nos últimos sete dias”, com um total de 450.508, quando na semana anterior tinham sido realizados 365.241 testes, indica o relatório da monitorização das linhas vermelhas para a covid-19.
Os dados agora divulgados assinalam que, nos últimos sete dias, 98% os casos de infeção por SARS-CoV-2 foram isolados em menos de 24 horas após a notificação e foram rastreados e isolados 81% dos seus contactos.
Já quanto às variantes do coronavírus presentes em Portugal, os dados do INSA estimam que variante associada ao Reino Unido seja responsável por 90% dos novos casos registados em Portugal em abril.
Foram identificados também 68 casos da variante B.1.351 (associada à África do Sul) e 85 casos da variante P.1 (associada a Manaus, Brasil), a maioria sem ligação epidemiológica estabelecida, o que indica a existência de transmissão comunitária ativa desta variante.
“Foram identificados também, pela primeira vez em Portugal, seis casos associados à variante indiana (linhagem B.1.617), sendo que, os dados genéticos sugerem a existência de várias introduções distintas no país”, refere o relatório.
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