Empresas pagam “jóia” de 25 mil euros para estar na Business Roundtable Portugal
Quotas dão um milhão de euros por ano à nova associação de grandes empresas, que é financiada pelos seus 42 membros.
“A quota ordinária devida é de €25.000, com vencimento no dia 1 de janeiro do ano a que respeitam”, dizem os estatutos da Business Roundtable Portugal, a que o ECO teve acesso. Multiplicando aquele valor pelos 42 membros, significa que a associação terá, pelo menos, 1,05 milhões de euros por ano para exercer a sua atividade.
Aquele será o valor da jóia até ao final de 2023, já que esta será revista a cada três anos, em função do que for deliberado em assembleia geral (AG). E o orçamento até pode crescer, uma vez que os estatutos preveem a aprovação de quotas suplementares, por maioria qualificada de dois terços dos votos expressos.
As receitas poderão ainda advir de rendimentos dos bens próprios da associação, bem como de comparticipações, subsídios ou donativos concedidos por quaisquer entidades de direito público ou privado. Ou ainda do produto da realização de estudos, inquéritos e outros trabalhos ou serviços que preste.
Pela escritura de constituição, ficamos ainda a saber que a Business Roundtable Portugal (BRP), “uma associação de direito privado e sem fins lucrativos” e que é um misto de think tank e grupo de pressão, nasceu oficialmente no dia 11 de maio e tem sede na rua D. Luís I, em Lisboa.
Os estatutos admitem a entrada de novos membros, que terão sempre de ser “sociedades comerciais com atividade económica relevante em Portugal”. Além disso, têm, “obrigatoriamente”, de se fazer representar nos órgãos da associação por pessoas que desempenhem as funções de gerente, presidente do conselho de administração, CEO ou administrador delegado.
A BRP estará organizada em órgãos associativos e grupos de trabalho especializados. O mandato dos membros dos órgãos é de três anos, não podendo haver a reeleição de mais de metade para o mandato seguinte, incluindo o respetivo presidente. Nuno Galvão Teles, managing partner da MLGTS, preside à assembleia geral. António Brochado Correia, que lidera a PwC em Portugal, é o presidente do conselho fiscal.
A associação foi apresentada publicamente esta terça-feira. O presidente, Vasco de Mello, justificou o lançamento da iniciativa com a necessidade de uma “ambição nova para Portugal”, que coloque o país de novo entre os 15 mais ricos da Europa, em termos de PIB per capita. “Queremos um Portugal capaz de valorizar e qualificar os portugueses, apoiar a criação, desenvolvimento e a escala das nossas Empresas e melhorar o desempenho do Estado como facilitador da atividade económica e de criação de riqueza para toda a sociedade”, sintetizou.
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