CEO da Galp critica demora das licenças para instalações de energias renováveis
“Não basta estabelecer metas, é preciso pôr em prática regulamentação, é preciso incentivar novas formas de energia de que precisamos para fazer a transição”, disse ainda Andy Brown.
O presidente executivo da Galp, Andy Brown, disse esta terça-feira esperar que na COP26, que decorre em Glasgow, Escócia, os governos acordem sobre novas metas climáticas, mas é preciso também pôr em prática regulamentação para incentivar novas formas de energia.
“O carvão claramente precisa de deixar de fazer parte da equação, por isso eu espero que os líderes mundiais acordem novas metas [climáticas] que nos permitam alcançar a ambição de Paris [COP21], […] mas não basta estabelecer metas, é preciso pôr em prática regulamentação, é preciso incentivar novas formas de energia de que precisamos para fazer a transição”, defendeu Andy Brown, em declarações aos jornalistas à margem do lançamento da plataforma de inovação colaborativa Upcoming Energies, na Web Summit, em Lisboa.
Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos são esperados em Glasgow para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
Apesar dos compromissos assumidos até agora, as concentrações daqueles atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7ºC.
Para Andy Brown, é crucial “acelerar” a produção de energias renováveis, mas apontou críticas aos governos.
“Demora-se muito tempo a conseguir uma licença para instalações de energias renováveis na Ibéria, atualmente. Os governos têm de trabalhar no sentido de acelerar o processo, por forma a alavancar a penetração de renováveis”, apontou, defendendo que a empresa precisa do “apoio dos governos” para atingir a ambição de ser neutra em carbono em 2050.
Questionado sobre as taxas de carbono pagas pelas empresas poluidoras, que rondam os 50 euros por tonelada de CO2, Andy Brown disse que o Governo “recebe uma quantia significativa” proveniente daquela taxa, sobretudo devido à atividade da refinaria de Sines.
Para o CEO da Galp, “indubitavelmente” aquelas taxas vão refletir-se no preço final ao consumidor. “Temos de cobrar pelo produto, caso contrário a refinaria fechava. […] Eu não posso fazer nada quanto às taxas”, apontou.
Já questionado sobre as margens dos comercializadores de combustíveis, às quais o Governo decidiu estabelecer limites, Andy Brown disse apenas que “a refinaría e distribuição de combustíveis representam apenas 7% das receitas da Galp”.
A Galp lançou esta terça-feira, na Web Summit, a plataforma de inovação colaborativa Upcoming Energies, aberta a entidades portuguesas e brasileiras, com o objetivo de acelerar a transição energética.
A nova plataforma, anunciada pelo presidente executivo da empresa, Andy Brown, e pela equipa de inovação da Galp, faz parte do investimento total estimado de 180 milhões de euros em investigação e desenvolvimento até 2025.
A Web Summit arrancou na segunda-feira e decorre até 4 de novembro, em Lisboa, em modo presencial, depois de a última edição ter sido ‘online’ e a organização espera cerca de 40 mil participantes, segundo revelou, em setembro, Paddy Cosgrave, presidente executivo da cimeira.
A comediante Amy Poehler, o presidente da Microsoft Brad Smith, a comissária europeia Margrethe Vestager e o jogador de futebol Gerard Piqué irão juntar-se aos mais de 1.000 oradores, às cerca de 1.250 ‘startups’, 1.500 jornalistas e mais de 700 investidores, numa cimeira na qual serão discutidos temas como tecnologia e sociedade, entre outros, de acordo com a organização.
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