Vice-presidente mundial da New Balance terá de testemunhar em Espanha
Um juiz em Madrid informa responsável da multinacional norte-americana do seu estatuto de arguido e recusa que testemunhe por videoconferência a partir dos EUA.
O Tribunal de Instrução nº 9 de Madrid admitiu a queixa criminal que as empresas Experience Store S.L. e Experience Store Outlet apresentaram contra o vice-presidente executivo mundial e consultor geral da New Balance, Pablo R. Guaron, noticia a Servimedia.
As empresas acusam a gigante de moda desportiva de coação, um crime contra o mercado e os consumidores pela descoberta e utilização de segredos empresariais em seu próprio benefício e um crime contra o mercado por abuso de posição dominante.
As duas empresas espanholas que assinaram o processo trabalharam desde 2016 para a empresa-mãe norte-americana a partir de Madrid com a missão de promover a marca New Balance em Espanha e Portugal e de promover a criação de dezenas de lojas e pontos de distribuição.
O contrato que as ligava à New Balance expirava 2021 e, de acordo com a documentação fornecida, este seria prorrogado após o acordo alcançado entre as duas partes, até 2026. Experience, com esta segurança, fez milhões de dólares em investimentos que incluíram a compra de instalações e a contratação de pessoal para enfrentar esta fase futura da projeção da empresa na Europa. Argumentam que, com este desembolso feito, a New Balance desdiz-se e, depois de ficar a conhecer a carteira de clientes e da informação comercial e financeira da Experience, está a romper relações com as empresas espanholas, deixando mais de 250 trabalhadores desempregados.
A empresa americana, de acordo com a queixa, tendo em conta os resultados financeiros e comerciais da Experience, deixou de lhes fornecer produtos (calçado e vestuário desportivo), a fim de lhes causar um estrangulamento económico que os obrigaria a vender a rede de distribuição comercial a um preço mais baixo. As empresas espanholas falam de extorsão.
Na sexta-feira 18 de março, o huiz informou também a country manager da New Balance em Espanha, Anna Rosa Scheidgen, e a sua filha, diretora de Operações Angela Scheidgen, do conteúdo da queixa e convocou-as como arguidas. O juiz também informou o vice-presidente global da empresa, Pablo R. Guaron, do seu estatuto de “investigado”, qual, através dos seus advogados, pediu para testemunhar por videoconferência. O juiz recusou e o alto executivo da multinacional terá de vir a Espanha para testemunhar.
As infrações pelas quais Guaron e as outras duas arguidas são acusados nesta fase do processo podem conduzir, em caso de condenação, a uma pena de prisão entre seis e doze anos.
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