Estar ocupado não é significado de eficiência e motivo de reconhecimento


“Focus on being productive instead of busy.” – Tim Ferriss

Uma das piores sensações que podemos experienciar no nosso quotidiano é estar incrivelmente atarefado e ao mesmo tempo sentir que não se está a progredir.

É estar a dar-se o nosso melhor, mas em detrimento a abordagem que estamos a seguir está a comprometer o nosso bem-estar e a nossa performance. Sentimos que o progresso chega massivamente devagar e que a satisfação é uma meta cada vez mais difícil de atingir.

“One of the most common ways for the modern person to maintain self-deception is to keep busy all the time.” – Daniel Putnam

A rotina profissional nunca foi tão cansativa, estamos sempre online, a pressão pela procura de resultados aumenta e são poucas as horas que não dedicamos ao trabalho. O resultado desta realidade é uma diminuição na performance e o comprometimento do nosso bem-estar.

Encontrar a felicidade e o equilíbrio torna-se um desafio porque grande parte das pessoas acredita que não consegue produzir mais sem comprometer o seu bem-estar. E o acreditar tem tanto de positivo quanto de negativo, dependendo da forma como o aplicamos.

As pessoas reconhecidas pela sua alta performance, permitiram-se a encontrar uma fórmula que os possibilita produzir mais na esfera profissional e pessoal e, ainda assim, desejar por novos desafios. Não obstante, esta fórmula não significa que as pessoas de alta performance são sobre-humanas.

As pessoas de alta performance, focam-se em identificar o que realmente produz a diferença e a forma eficaz de como executar.

Na sua generalidade, o ser humano tende a pensar que a simplicidade não poderá ser a resolução para um problema complexo, esquecendo-se de que pensar de forma simples significa pensar de forma estruturada, adquirir soluções mais rápidas, baratas e de menor impacto na performance, permitindo assim gerar, na maioria das vezes, melhores resultados.

Segundo as palavras de W.Edwards Deming: “Não é suficiente fazeres o teu melhor, primeiro deves saber o que fazer, para depois fazeres o teu melhor.” Esta afirmação sugere que estamos a despender tempo e energia a realizar ações que não terão o devido impacto no propósito que pretendemos alcançar.

Para alcançar uma alta performance, é imperativo distinguirmos aquelas que são as tarefas primárias e secundárias, para que nos possamos organizar e empregar a nossa energia nas primeiras, permitindo-nos assim fazer bem e rápido.

É impreterível não dizer “sim” a todos os pedidos que recebemos, para que nos consigamos focar nas tarefas prioritárias de forma a realizá-las rapidamente e de forma notável. Só assim conseguimos alcançar resultados extraordinários, entregar maior valor acrescentado e de forma mais rápida. Por conseguinte, esta metodologia permite-nos atingir uma alta performance e um equilíbrio que não visa comprometer o nosso bem-estar nem criar a sensação de que estamos imensamente atarefados e a progredir de forma muito lenta.

Diogo Marques Lourenço, Manager EY na área de People Advisory Services.

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